Segundo modelo da montadora cearense chega ao mercado para disputar o segmento de picapes grandes voltadas para o trabalho
Pronta para encarar um mercado pouco explorado, a Troller lançou seu segundo modelo disposta a conquistar espaço. A picape Pantanal chegou para encarar de frente um público diferente de seu modelo anterior, o jipe T4. O carro é totalmente voltado ao trabalho pesado (e sujo já que conta com sistema de tração 4×4). Para enfrentar bem essa linha, a picape Pantanal vem forte com motor 3.0 da MWM e capacidade de carga de até 1.460 kg, número bem superior aos carros muitas vezes utilizados atualmente.
Para quem quer mesmo é colocar as rodas na lama, a Pantanal é uma opção no mínimo interessante. Perde-se com o entre-eixos maior, mas o ganho com espaço pode ser um diferencial, principalmente para quem tem em mente longas viagens e expedições. Vale ressaltar aí que, se o problema é espaço, a picape da Troller tem uma das maiores caçambas da categoria. Como foi feita para o serviço pesado, pode ser uma opção interessante até mesmo para transformações para grandes expedições. A Pantanal possui caçamba de 2,34 metros de comprimento e 1,6 de largura. Para se ter uma idéia, com a porta da caçamba aberta é possível carregar um Suzuki Samurai lá dentro. Mesmo no quesito peso, já que a Pantanal tem capacidade de carga de 1.210 kg e 1.460 kg (já considerado caminhão semi-leve), dependo apenas da configuração do tipo de pneu utilizado.
Saindo da caçamba para a cabine, a robustez e as características espartanas permanecem as mesmas. O interior segue a linha de simplicidade necessária para um veículo para o fim que a Pantanal foi idealizada. O painel é extremamente simples e possui velocímetro, conta-giros e marcadores de temperatura e combustível. Os bancos são do tipo inteiriço (bipartido) para comportar até três passageiros, apesar de não ser muito confortável levar um terceiro ocupante. A alavanca de marcha fica muito próxima do banco e o espaço no meio do banco é pequeno. Além disso, apenas o banco do motorista tem regulagens. Porém, para um veículo de trabalho, até que a Pantanal está bem equipada: possui de série vidros elétricos, cintos com regulagem de altura, porta-objeto nas portas e sob o banco dos passageiros. Como opcional ainda tem o ar condicionado e travas elétricas.
Quando o assunto é motor, a Pantanal faz jus à sua cara de mal. O motor MWM-International 3.0 eletrônico, o mesmo que equipa a Ford Ranger e Chevrolet S10, é mais que suficiente para ‘carregar’ a picape. São 163 cv de potência (a 3.800 rpm) e 38,8 kgfm de torque atingidos em baixa rotação (entre 1.600 e 2.200 rpm). O torque em baixa aliado à boa redução deixa a picape ‘na mão’ e, quando é preciso, o turbo entra em ação e a resposta chega a surpreender dado o tamanho da Pantanal. Reclamação de alguns na linha T4, o acionamento da tração eletronicamente foi abandonado na Pantanal. A nova picape possui tração 4×2 (traseira), 4×4 e 4×4 reduzida com acionamento por alavanca no assoalho e roda-livre manual. Apesar de ser considerado o conjunto mais confiável, a alavanca de tração não possui encaixes bem definidos e, no veículo testado aconteceu da tração voltar sozinha para 4×2.
A picape Troller Pantanal é montada sobre chassi de perfil retangular e com longarinas retas na parte traseira com o intuito de facilitar a customização da caçamba. A carroceria é construída em resina poliéster reforçada com fibra de vidro. Na dianteira, a suspensão é igual ao jipe T4 com eixo rígido e molas helicoidais. Na traseira foi adotado um sistema mais condizente com a aplicação: eixo rígido com feixe de molas. Ambos possuem eixo Dana 60 sendo que, na traseira, é equipado com sistema de bloqueio Trac Lok.
O lançamento da Pantanal está nos planos da Troller desde 2003 assim como outros modelos que poderão ser apresentados em breve. A fábrica cearense já fala da versão cabine dupla da Pantanal já para o segundo semestre. Para 2004, um outro modelo deve ser apresentado e a possibilidade de um T4 longo de quatro portas é grande. Com a Pantanal, a Troller saiu na frente de sua principal concorrente, a Agrale, que deverá apresentar um modelo Full Size em breve. As duas concorrem atualmente com a Ford F-250 que lidera o segmento de picapes grandes. A expectativa é de comercializar 40 unidades por mês para o mercado nacional.