- (10)
- (22)
- (11)
- (7)
- (9)
- (4)
- (10)
- (7)
- (51)
- (19)
- (91)
- (5)
- (8)
- (3)
- (15)
- (6)
- (5)
- (1)
- (7)
- (20)
É “culpa” do José Pereira da Costa
Normalmente, as lembranças que uma pessoa tem de sua infância são um tanto remotas, quiçá de quando se tinha apenas quatro anos de idade. Porém, na trajetória de vida do mecânico 4×4, Claudio Xavier da Costa, mais conhecido como Poka, a viagem de mudança para o Paraná em 1967 é a recordação que ele tem mais presente.
“Quando eu tinha quatro anos, meu pai (José Pereira da Costa), colocou eu e mais dois irmãos (Luís e Iracema) em uma Land Rover Série 1 rumo a vida nova no Paraná. Por não dirigir bem, ele contratou um motorista que optou por ir pelo leito de terra da Rodovia Castelo Branco (em construção na época). O problema é que choveu e foram necessárias várias horas para rodarmos apenas 20 quilômetros; quando então, esse motorista resolveu pegar a Rodovia Raposo Tavares. A viagem durou três dias até Umuarama, distante 780 quilômetros de Jandira, SP”, descreveu Poka.
Mas, a empreitada no Paraná não deu certo, e a família retornou à Jandira em 1971. Todas as ruas da cidade eram de terra, então, inevitavelmente, Poka sempre teve muito contato com os Jeep, F75 e Toyota utilizados pelo comércio local. Quando começou a trabalhar, logo comprou um carro (uma vez que automóvel e mecânica sempre despertaram nele grande fascínio). “Comprei veículos comuns; primeiro um Fusca 64, depois um Chevette 74, e por aí vai. Só que havia um problema, em período de chuvas eu tinha que deixar o 4×2 longe de casa, pois não era possível chegar nem perto de onde eu morava”, lembrou.
Em 1988 adquiriu o primeiro 4×4: uma bela Rural 1976, vermelha e branca com motor OHC – mais econômico e andava melhor que o “beberrão” BF 161. “Aí então, eu chegava em casa quando chovia”, brincou Poka, destacando que a rua era tão ruim que, às vezes, até a Rural encalhava. É válido destacar que a Rural era utilizada apenas para o transporte “casa-trabalho”, e que Poka não fazia trilhas… Até conhecer o Washington Girardi, o Xitão, que lhe mostrou que o caminho (ou pirambeira) que ele fazia diariamente, já era um verdadeiro passeio off-road. “Um mês depois eu estava no Buraco do Camel – uma das trilhas mais famosas da região”.
Depois disso, foram inúmeras as aventuras de Poka no off-road, seja como organizador ou staff de eventos e, até mesmo, como competidor. “Naveguei pela primeira vez no Raid da Cantareira, em 1989. A minha primeira expedição pela América do Sul foi a bordo de uma Veraneio 4×4 que eu mesmo montei. Foram 12.000 quilômetros rodados em 25 dias, indo até Machu Picchu, voltando pela Amazônia Peruana, além de tantas outras viagens feitas ao Atacama. Uma viagem incrível foi ao Salar de Uyuni (Bolívia), em 2014/2015, na qual eu fui o guia e levei minha filha Dóris (na próxima, levo minha outra filha, a Bia)”, relatou ele.
Atuante no segmento fora-de-estrada, Poka trabalha diretamente em lançamentos de modelos de veículos, bem como na manutenção de 4×4 e no apoio de passeios. “Quando tenho tempo, ainda promovo alguns eventos. Passei 24 anos na diretoria do Jipe Clube Comando do Oeste, sendo que fiquei 18 anos como diretor técnico. Hoje sou sócio honorário e participo de levantamentos e passeios, sempre que possível”, contou.
Poka está deixando seu legado; a filha Dóris (que sempre o acompanhou nas aventuras) é outra apaixonada pela terra e trabalha em diversos eventos com a Trailway, dirigida por Luis Fernando Carqueijo. “Ela também já prepara o ingresso do meu neto Arthur, para este mundo off-road”, encerrou ele, que também é avô da recém-chegada Laura, de apenas um mês.
Por: Isis Moretti | Fotos: arquivo pessoal
Meu pai, meu ícone do off road, amei a matéria, ele merece ser reconhecido, desconheço pessoa mais dedicada. Espero ser pelo menos 1% de tudo que ele é. <3
Grande Poka, excelente companheiro de viagem, um amigo querido, uma linda carreira.