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Uma F75 muito animal!
A história dessa F75 construída pelo paulista Fernando Risso é longa. A relação com os jipes é antiga na família Risso, mas tudo ficou mais intenso depois que o irmão de Fernando comprou um Jeep após entrar na faculdade. Isso foi em 1997 e o Jeep era um Ford 1976 4 cilindros. Basicamente original, o 4×4 gerou uma mistura de emoções: por um lado proporcionou bons passeios, mas, por outro, tinha o problema de falta de força, suspensão dura e ruim, mesmo com algumas alterações feitas.
O Jeep 76 foi vendido e o irmão de Fernando partiu para montar seu próprio jipe com motor mais forte e suspensão adequada. Foi assim que surgiu o BoB que, após cinco anos de trabalho realizado pela família, ficou pronto com motor 4.1, câmbio Clark, t-case Willys Dana 18, eixos Dana 44 de Rural, pneus 35” e suspensão SPOA com jumelos revolver e 4-link com molas ¼ elipse. Um trabalho feito em família que ficou muito bom, feito com raça, suor, ajuda de grandes amigos e várias horas pesquisando na internet.
A construção do BoB foi o sinal para que Fernando, que na época possuía um Engesa seis cilindros, vislumbrasse a possibilidade de construir um 4×4 maior. Bastou uma quebra de semieixo traseiro para Risso perder o tesão pelo Engesa e decidir montar um veículo bravo, com eixos ‘a prova de bala’ e suspensão sem fim. Inspirado em uma pick-up que competiu no Top Truck Challenge 2005, Fernando partiu para a construção da sua F75.
O primeiro passo foi a aquisição dos eixos. Um amigo ofereceu um par de eixos Rockwell, que equipam originalmente os caminhões REO 6×6 e suportam até 2 ½ tonelada de carga. Fernando viu nascer seu projeto. “Meus olhos brilharam. O preço era bom e exigiriam um investimento mínimo para se tornarem indestrutíveis”. Esses eixos são muito usados nos EUA, onde, com pequenas alterações, aguentam carros com reduções absurdas, motores com 600 cv e pneus 54 de polegadas. Escolha feita, foi onde tudo começou…
Logo em seguida vieram os pneus 44″x18,5R15 TSL Super Swamper. Depois os bloqueios da Ouverson Engineering vindos dos Estados Unidos. O mesmo amigo dos eixos, providenciou o câmbio SM465, que equipava uma Suburban 1976 V8. Mais uma vez, uma ótima escolha já que, feito para aguentar motores grandes (como o Big-Block 454 da própria Suburban) com 500 cv e muito torque, esse câmbio dificilmente quebra. O motor também chegou. Algo simples e com custo baixo, mas injetado para aguentar as inclinações laterais: um 4.1 mpfi vindo de uma Silverado. Tudo isso aconteceu em 2008.
No ano seguinte, a cabine chegou, com podre para todo lado! Foi preciso uma reforma completa e a adaptação da frente ‘bicudinha’ da Rural americana. Os eixos também passaram por uma revisão enquanto as peças iam chegando, como as rodas beadlock e os terminais rotulares 3.0” da Ballistic Fabrication, que, junto com os coilovers da FOA de 2,5″ de diâmetro e 16″ de comprimento, garantiriam que a suspensão tivesse o curso desejado sem comprometer a resistência.
Com todas as grandes partes prontas, a montagem começou. O projeto do chassi tubular já estava desenvolvido e agora era hora de botar a mão na massa. “Foi um trabalho manual de dobrar tubos, fazer encaixes, soldar, medir, cortar e refazer. Mas, no fim, o chassi ficou como foi desenhado”, ressalta Risso.
Em 2011, começou a montagem da suspensão, posicionamento do conjunto mecânico, freio no pinhão para os dois eixos, flange entre o câmbio e a t-case de F1000 4×4. Nesse ano, a F75 saiu da garagem estava sendo montada para terminar sua construção em uma oficina, a Vale Rally, em Taubaté. Lá foram feitos alguns ajustes na posição dos amortecedores, que estavam batendo nos pneus quando torciam, além de fazer a direção fullhydro funcionar e ligar o motor. Foram longos 2,5 anos até ela andar pela primeira vez. Para Fernando, esse foi um momento único e importante para ganhar motivação.
Já montada, em 2014, a F75 começou a passar por detalhes de finalização do projeto. Um deles foi para resolver o problema de altura, com 2,4 metros. Foram trocadas as molas por outras de cargas menores e, depois de alguns ajustes, finalmente, em 2015, a F75 encarou a sua primeira trilha. O resultado foi espetacular. Mesmo com o tamanho excessivo – que em trilhas mais fechadas acaba atrapalhando – a F75 gigante de Fernando Risso mostrou força, resistência e um trabalho de suspensão incrível. Vê-la vencendo os obstáculos chega a emocionar, principalmente quando sabemos de todo a história e processo de quase sete anos. Emoção que ficou estampada também no rosto de seu criador que concluiu: “A parte mais bacana desse projeto é que, independente das dificuldades, falta de conhecimento, ferramentas ou até mesmo espaço, fui conseguindo montar o carro, que ficou como o planejado e com uma ótima performance em situações extremas”.
Ficha Técnica
- Motor
4.1 mpfi com injeção eletrônica - Transmissão
Câmbio 4 marchas SM465
T-case F1000 Borgwarner 1356 com redução 2.69:1 e acionamento mecânico Easy Traction
Eixos Rockwell 2,5 ton com semieixos originais, relação 6.72:1 e bloqueios Ouverson Engineering dianteiro e traseiro. - Suspensão
4-link com juntas Ballistic Fabrication de 3.0”
Amortecedores FOA 2,5” de diâmetro e 16” de comprimento com reservatório externo e kit dual-rate
Molas King com 3″ diâmetro interno. Dianteiras: 350 lbs/pol x 16″ / 200 lbs/pol x 16″. Traseira: 150lbs/pol x 18″ / 275lbs/pol x 14″ - Chassi
Tubular com aço 1020 1 ¾” com 3mm de parede
Gaiola interna com tubo de aço 1 ½” com 3mm de parede - Direção
Fullhydro PSC, válvula orbital, coluna e pistão duplo de 2,5″ diâmetro c/ 8″ de curso - Pneus
Interco Super Swamper TSL 44″x18,5″x15″ - Guincho
Dianteiro Warn 9.5 XP