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Jimny, um 4×4 que faz história

Jimny, com mais de quatro décadas de história, consegue aliar a tradição de um veículo robusto e valente à configuração moderna e atual

Uma história de respeito não se constrói de uma hora para outra. É necessário tempo e provação. O Suzuki Jimny já passou por isso. Os 47 anos de existência deram ao pequeno e valente 4×4 japonês o status de um dos melhores veículos off-road já produzidos. Os números consideráveis não ficam apenas na sua idade. O Jimny, com três gerações lançadas, tem a marca de mais de 2,5 milhões de unidades comercializadas em mais de 180 países.

A história de criação do Jimny tem origem no projeto do HopeStar ON360 da Hope Motor Company of Japan desenvolvido entre 1967 e 1968. O veículo tinha muitas peças da Mitsubishi, como o motor de 359 cilindradas. Porém, poucas unidades foram vendidas e a empresa acabou vendendo o projeto para a Suzuki.

Na década de 1950, a Suzuki já era uma conhecida fábrica dos chamados ‘Kei Car’ (Keijidosha), uma categoria de veículos pequenos concebidos para cumprir uma política fiscal do governo japonês que incluía limitações de tamanho e potência do motor. Inicialmente desenvolvidos para promover a popularização dos carros para o povo do Japão pós-Segunda Guerra Mundial, os Kei Car viraram uma nova classe de veículos, e em meados dos anos 1950, a Suzuki tinha se tornado um dos seus principais fabricantes. Como o mercado de Kei Car continuou a crescer, a Suzuki teve a ideia de levar o conceito de veículo 4×4 para a categoria.

Em abril de 1970, após promover diversas melhorias no projeto ON360, a Suzuki apresentou o LJ10 (Light Jeep 10), considerado o primeiro veículo 4×4 da história da marca. O design foi aprimorado e o motor Mitsubishi foi substituído pelo Suzuki FB a gasolina com dois cilindros em linha, dois tempos, 359 cm³, refrigeração a ar, potência máxima de 25 cv a 6.000 rpm e torque máximo de 33,4 Nm a 5.000 rpm. Possuía câmbio com quatro marchas e caixa de transferência com redução. O peso era de aproximadamente 600 kg e alcançava a velocidade de cerca de 70 km/h. Para cumprir as limitações de dimensões externas na categoria de Kei Car, o pneu sobressalente tinha de ser montado atrás do banco do passageiro dianteiro, tornando o LJ10 um três lugares.

O nome Jimny veio de uma palavra que os executivos de Suzuki descobriram durante uma viagem a Escócia. Eles originalmente pretendiam chamar o modelo de “Jimmy”, mas devido a alguns erros linguísticos, eles acabaram chamando-o de “Jimny”.

Segunda geração

O lançamento da série SJ do Jimny marcou uma grande mudança em relação aos modelos anteriores. A maior novidade foi o novo desenho da carroceria. O Jimny ganhou o visual que o conhecemos no Brasil com o nome de Samurai. O seu estilo se tornou característico em suas várias séries seguintes. Novo painel de instrumentos e interior remodelado completava o conjunto de alterações. Ele também ofereceu melhor desempenho graças a novos motores. A série SJ Jimny tornou-se grande sucesso ao redor do mundo, e definiu o sucesso global da Suzuki.

A segunda geração do Jimny foi produzida até 1998. Os modelos permaneceram com as mesmas linhas, mas muitos aprimoramentos aconteceram. Os motores, por exemplo, começaram com 539 cc e chegaram aos 1.298, os conhecidos 1.3 litros aqui no Brasil, além de versões com motores diesel 1.9 litros. A suspensão deixou de ser por feixe de molas e foram adotadas as molas helicoidais.

Terceira geração

Em 1997 a Suzuki apresentou a nova geração do Jimny. O veículo ganhou um design mais moderno, mas sua característica de robustez foi mantida. O Jimny continuou sendo construído sobre chassi, com eixos rígidos, tração 4×4 e reduzida.

Fabricado no Brasil desde 2012, o Jimmy hoje utiliza motor em alumínio, a gasolina, 1.3L (DOHC), com 16 válvulas, 85 cavalos de potência a 6.000 rpm com torque máximo de 110 Nm a 4.100 rpm. O veículo, um clássico da Suzuki, foi totalmente atualizado, ganhando configuração de suspensão mais moderna, facelift, airbag e freios com ABS.

O Suzuki Jimny é capaz de enfrentar as mais diversas condições de piso com muita valentia. Já provou isso em seus mais de 40 anos de história e agora mantém viva a tradição de ser um verdadeiro 4×4, porém, modernizado e atual.

Um Suzuki nas alturas

O Jimny tem, também, um recorde inusitado em seu currículo. Trata-se da maior altitude já alcançada com um veículo de quatro rodas motorizado.

Os chilenos Gonzalo Bravo e Eduardo Canales estabeleceram o novo recorde que registrou a primeira marca ainda em 1953. Na terceira tentativa, em abril de 2007, a dupla a bordo de um Suzuki Samurai levantou a bandeira chilena a 6.688 metros de altitude. Ao contrário de outras equipes que bateram o recorde anteriormente, Gonzalo e Eduardo subiram com um jipe preparado por eles mesmos, com apenas um carro e sem equipe de apoio.

A primeira tentativa, no dia primeiro de janeiro, não foi completada por causa das péssimas condições climáticas que a dupla encontrou na subida do Ojos de Salado. A segunda, em março, teve que ser abortada por problemas mecânicos. Um início de incêndio, por causa de um vazamento de óleo da direção, acabou comprometendo algumas mangueiras e os chilenos abortaram a operação. Mas na terceira subida, a dupla conseguiu levar o Samurai aos 6.668 metros acima do nível do mar. O recorde foi homologado pelo Guinness e permanece até hoje imbatível.

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