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Lagos Andinos a bordo de quatro Lands
A Argentina e o Chile são, mais uma vez, o destino de expedicionários brasileiros. Desta vez são os mineiros do grupo Minas 4 Off-Road que nos trazem o relato de sua viagem por esta bela parte da América do Sul
A expedição começou no dia de Natal de 2006. Foram aproximadamente 10 mil quilômetros e 19 dias de viagem, a bordo de quatro veículos da marca Land Rover – dois Defender 110 e dois Discovery. Os expedicionários – 15 pessoas ao todo – são membros do Minas 4 Off-Road, um grupo de amigos de Belo Horizonte/MG, entusiastas da lendária marca inglesa de veículos 4×4. Quem nos relata os principais acontecimentos da viagem e tece seus comentários é Tito Roquete, um dos “pilotos” da expedição.
Segundo ele, a fase de preparação, como a de toda boa expedição, compreendeu o estudo de mapas, distâncias, rotas, hotéis, legislação de trânsito, cabendo a cada um dos participantes uma parte das responsabilidades. Preparativos concluídos, carros adesivados e bagagem embarcada, a turma deixou a capital mineira e, em dois dias, cumpriu a parte brasileira da viagem de ida: Belo Horizonte a Curitiba-PR; e Curitiba a São Borja-RS.
Da cidade natal de Getúlio Vargas até a fronteira com a Argentina decorreram apenas alguns minutos. Depois de uma hora de burocracia fronteiriça, o grupo adentrou o país “hermano”, em direção a Rio Cuarto, destino do terceiro dia. Já de cara, os primeiros problemas com a famosa “Polícia Caminera” argentina: depois de fazerem doações “espontâneas” a dois grupos uniformizados – de bombeiros voluntários e de policiais, respectivamente – em menos de 100 quilômetros, foram parados no posto da Polícia Caminera de Federal. Após analisarem os carros, os agentes convidaram dois membros do grupo para uma conversa a portas fechadas, na sede do posto, e os informaram de que seriam multados em 278 pesos por portarem, em seus carros, acessórios que ultrapassavam os limites dos pára-choques (no caso, guinchos e reboques), o que é proibido pela lei local. O trecho até Rio Cuarto ainda foi marcado pela travessia do belo túnel subfluvial que liga Paraná a Santa Fé.
Mendoza foi o próximo destino, onde os viajantes permaneceram por dois dias. “Mendoza era aquilo que esperávamos que fosse: uma bela cidade plantada ao pé das pré-cordilheiras, com alamedas magníficas, cafés e restaurantes nas calçadas. Nosso hotel surpreendeu pela magnitude dos aposentos. Estava tudo ótimo!”, relembra Tito Roquete. Nestes dois dias uma van fretada levou os brasileiros para conhecerem as vinícolas, os monumentos históricos e os pontos turísticos da cidade, com destaque para o Parque San Martin.
Sexto dia; hora de adentrar o território chileno. O trecho de 365 quilômetros, atravessando os Andes, era tido como o menor e mais emocionante de toda a viagem. E não decepcionou: “A emoção aflora quando nossos carros estão de frente para aquele colosso. Altitudes enormes e picos nevados nos enchem o coração e o olhos de emoção. É uma sensação indescritível”, conta Roquete. A visão do monte Aconcágua – ponto mais alto das Américas, com seus 6.959 metros de altitude – foi o ponto alto (literalmente!) deste percurso. Neste trecho, também, um dos episódios mais desagradáveis da viagem: cinco horas e meia em uma interminável fila na alfândega chilena. “Parecia que o mundo queria passar o Reveillon em Santiago!”, comenta o brasileiro.
Depois da descida pela magnífica estrada “Los Caracoles”, a expedição chega a Santiago, onde permaneceu por todo o dia seguinte, com direito a city-tour e a visitas a Vina Del Mar e Valparaíso – tudo, novamente, de van. A entrada do ano novo foi comemorada no hotel, na capital chilena.
No oitavo dia, o grupo seguiu para o sul, rumo a Pucon, uma cidade que fica aos pés do vulcão Villa Rica e às margens do lago de mesmo nome. Apesar de ser verão, os brasileiros enfrentaram neste local noites com temperaturas próximas de 5 graus. “Nada que um bom vinho chileno não pudesse resolver”, diz Roquete.
No dia seguinte, uma aventura: seguir para o Parque Nacional Villa Rica e subir até onde fosse possível no majestoso vulcão. “Pela primeira vez, utilizamos a reduzida de nossos Lands, em nossa primeira trilha vulcânica”, conta o jipeiro.
Os 374 quilômetros entre Pucon e Bariloche – o único trecho off-road da viagem, foram feitos em cerca de 12 horas. O chamado roteiro dos 7 lagos – que inclusive originou o nome da expedição (Lagos Andinos) -, teve no Lanin (“outro maravilhoso vulcão, com 3.500 metros de altitude!”) e nas cidades de Junin de los Andes, San Martin de los Andes, Chapelco e Villa la Angostura os seus destaques. A “banalização da beleza”, segundo um dos membros do grupo.
Os três dias seguintes, em Bariloche, foram integralmente dedicados ao lazer: passeio ao Cerro Catedral, Cerro Otto, Llao Llao, compras e um belíssimo rafting no rio Manso.
A viagem de volta iniciou-se por Santa Rosa e, na sequência, Buenos Aires. Na capital argentina, mais uma parada para compras, turismo e, como não poderia deixar de ser, um show de tango.
No trajeto de volta a São Borja, novamente no Brasil, o primeiro dia de chuva. Mais 12 horas de viagem e o grupo regressava com segurança ao território brasileiro, mas não sem antes levar mais uma multa, desta vez pela falta de um documento deixado na fronteira com o Chile. Os pouco mais de 2 mil quilômetros que ainda separavam os viajantes de suas casas foram percorridos em dois dias.
“Foram 9.657 quilômetros rodados. As câmeras digitais registraram uma enormidade de fotos, que podem ou não ser apagadas. Nossas mentes, no entanto, insistem em continuar viajando pelas paisagens gravadas em definitivo”, finaliza Tito Roquete.
- Custo médio do óleo Diesel / litro: US $ 0.74
- Custo médio de hospedagem / casal: US $ 87.00
- Custo médio de alimentação / casal: US $ 40.00
- Custo do seguro saúde / pessoa: US $ 50.00
- Custo do seguro Carta Verde: US $ 60.00
- Custo com pedágios (Br / Arg / Ch): US $ 100.00
Dicas
- Leve dois triângulos de segurança e cambão para reboque – são exigidos na Argentina. O cambão é vendido nos postos.
- A Carta Verde, seguro internacional para terceiros é exigido.
- Leve carteira de identidade recente – se tiver, leve o passaporte; é mais rápido na alfândega.
- Não é necessário carteira de habilitação internacional – tiramos e nunca foi solicitada.
- A maioria das estradas na Argentina não têm acostamento, porém também não têm buraco. Já as do Chile são impecáveis.
- Atenção ao sono, pois as retas são de perder de vista.
- A velocidade, de forma geral, não é controlada na Argentina. Dá para andar bem seguindo a sinalização
- No Chile, siga rigorosamente a legislação de trânsito. A velocidade máxima é 120 km/h nas autopistas.
- Se for entrar em Santiago, não deixe de adquirir o “pase diário” (pedágio eletrônico). Compre nos postos da Copec.
- Mantenha os carros abastecidos. Em vários trechos os postos são raros.
- Na Argentina, prefira os postos da Petrobras ou da YPF. Têm bom atendimento e lojas de conveniência. No Chile, os postos da Copec são muito bons e as lojas de conveniência têm de tudo.
- Nas estradas da Argentina ande com os faróis baixos ligados. É lei e eles adoram multar por este motivo.
- Nas fronteiras, principalmente da Argentina para o Chile, não leve alimentos como frutas e outros de origem animal.
- Faça um seguro de saúde internacional. Você paga pelos dias em que estiver fora e tem tranquilidade no caso de eventuais problemas de saúde.
- Faça câmbio à medida de sua necessidade. Nos complexos fronteiriços binacionais (Br / Ar e Ar / Ch) há agências de câmbio.
- Se for viajar em comboio, equipe os veículos com rádio de comunicação. Prefira os PY, que necessitam de carteira de radioamador, mas têm grande alcance e nitidez.
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