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Cara de Cavalo CJ3B
Janeiro 31, 2008

Cara de Cavalo Bravo

Mais de cinco décadas depois de ser construído, um Jeep Willys CJ-3B “Cara-de-Cavalo” ganha visual agressivo e uma cavalaria embaixo do capô

Ao contrário do que o título sugere, o Jeep Willys CJ-3B de Jeolayne Pico é bem fácil de domar. O Jeep tem um comportamento quase dócil, mas é por baixo do capô, que ele mostra sua ferocidade. O carro ganhou uma nova mecânica, incluindo no pacote o motor V6 da Ranger que remapeado chegou a quase 190 cavalos de potência.

Cara de Cavalo CJ3B

Pico sempre foi apaixonado por jipes e tinha uma predileção especial pelos Willys modelo 54, conhecidos no Brasil como “Cara-de-Cavalo”, em virtude de seu capô mais alto. Assim que possível, aos 18 anos, comprou seu primeiro CJ-3B. Porém, em menos de um ano, já tinha vendido o Jeep após receber uma proposta de negócio interessante. Como o desejo de ter um “Cara-de-Cavalo” continuava, comprou seu segundo 54 logo depois. Isso foi há dez anos atrás e, como o próprio Pico comenta, seu CJ-3B já passou por várias reformas e sempre aprimorando algumas partes do carro. Uma das coisas mais importantes nesta trajetória foi a participação de seu pai, João Raimundo. Joãozinho, como é conhecido pelos off-roaders, sempre trabalhou com mecânica. Dedicou parte da vida à manutenção de caminhões e mais tarde, resolveu trabalhar com restauração de veículos. Os dois juntos, Pico e Joãozinho, formaram a dupla perfeita para fazer todas as transformações, adaptações e melhorias do Willys CJ-3B.

Visualmente o CJ de Jeolayne já impressiona. O visual agressivo composto pela pintura em preto fosco e pelos grandes pneus de 35 polegadas já mostra que não se trata de um Willys comum. A ausência dos pára-lamas dianteiros, deixando à mostra parte do motor e os eixos mais largos vindos da Pick-Up Willys F-75 (são 30,5 centímetros mais largos que os originais do Jeep) atestam ainda mais sua vocação.

Cara de Cavalo CJ3B

É justamente nos eixos que começam as transformações mais significativas na parte mecânica. A primeira tarefa foi a substituição dos eixos originais pelos da F-75, com uma relação de diferencial de 43:8. Por serem mais largos, aumentam a estabilidade e deixam os pneus em uma posição com maior espaço para trabalhar o curso de suspensão.  Na traseira ainda foi instalado um bloqueio de diferencial Full Lock da Ensimec.

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A suspensão foi o passo seguinte. Pico optou por manter o sistema original, porém, utilizou feixe de molas traseiros da Hilux. Estes feixes possuem o espigão (pino central) fora do centro das lâminas. Esta característica permitiu o aumento do entre-eixos em quase 20 centímetros. A utilização destas molas melhorou os ângulos de ataque e saída, além do conforto que ficou bem melhor que o do Jeep original.

O chassi também recebeu um tratamento especial. Em toda sua extensão, tanto na parte superior como na inferior, chapas foram soldadas para aumentar sua resistência. As travessas foram substituídas por outras mais resistentes e novos pontos de apoio para carroceria, motor e molas foram incorporados. As modificações deixaram o chassi bem mais robusto sem perder uma de suas melhores qualidades: a torção.

Com todos estes detalhes, o powertrain do “3B” não poderia passar em branco. O potente motor V6 4.0 EFI de Ford Ranger, que tem potência de 162 cv (a 4.800 rpm), foi o escolhido e uma das razões é seu excelente torque em baixas rotações (31,1 mkgf a 2.750 rpm). O conjunto ficou completo com uma caixa Clark de cinco marchas (da Chevrolet C-20), redução original Willys e embreagem de porcelana para aguentar toda esta cavalaria.

A história do ‘Cara de Cavalo’

Um dos problemas dos Jeep militares e dos primeiros modelos civis (CJ-2A e CJ-3A) era o limitado motor “Go-Devil”. A solução para isso foi a introdução do motor “Hurricane” e o primeiro Jeep com este motor foi um militar: o M38A1 em 1951 (foi o primeiro também com os pára-lamas arredondados). Já o primeiro Jeep civil a sair com o Hurricane foi o CJ-3B, conhecido nos Estados Unidos como ‘High-Hood’. Ele foi lançado como um modelo de transição do Jeep com pára-lamas retos CJ-3A e o arredondado CJ-5 (a versão civil do M38A1) e, para dar espaço ao novo motor, foi preciso aumentar a altura do capô.Cara de Cavalo CJ3B

A Willys produziu 30 mil CJ-3B nos anos de 1953 e 1954. Após isso, a produção ainda continuou, porém em menor escala, até 1967. No Brasil, a importação do Jeep foi proibida em 1954, logo depois que os primeiros “Cara-de-Cavalo”, como ficaram conhecidos por aqui, desembarcaram no País.

O “Cara-de-Cavalo” ainda é produzido na Índia pela Mahindra em duas versões, com quatro e duas portas.

Cara de Cavalo CJ3B

Ficha Técnica

Motor
Ford Ranger, 6 cilindros em V com 12 válvulas e comando no bloco
Potência: 188 cv (aprox)
Torque: 31,1 mkgf a 2.750 rpm
Cilindrada: 4.011 cm3

Transmissão
Câmbio Clark, com 5 marchas à frente e uma à ré; caixa de transferência de Jeep Willys

Suspensão
Eixos rígidos de F-75 com relação de diferencial de 43:8 e bloqueio traseiro Full Lock Ensimec na traseira
Feixe de molas (Hilux), com amortecedores de dupla ação e jumelos tipo ‘H’

Freios
Sistema hidráulico de Kombi, com discos na dianteira e tambor na traseira

Direção
Hidráulica (Chevrolet Opala) com coluna escamoteável do Monza

Rodas e Pneus
Pneus Goodyear Wrangler 35×12,5R15
Rodas 15 x 8

Capacidade do Tanque
96 litros

Cara de Cavalo CJ3B

 

 

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