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Lourival Roldan

Não é audácia, mas sim certeza. Pelas páginas de currículo, caixas de troféus nacionais e referência em provas internacionais, podemos bater o martelo e dizer que, depois de 23 anos de experiência, Lourival Roldan faz jus ao apelido de “Navegador das Estrelas” 

Foi só começar em um rally universitário em 1985, que já fugiu à regra: sendo inicialmente piloto e, três anos mais tarde, já se acostumando a subir ao pódio. Hoje vivendo para o rally, Roldan teve seu primeiro título em 1988, no Campeonato Paulista de Regularidade. Daí a ousadia ultrapassou as fronteiras regionais e a pilotagem o levou ao Brasileiro de Velocidade no ano seguinte. Porém, foi no banco do lado direito que Lourival Roldan, 49 anos, se destacou. O paulistano estreou em 1990 sua arrancada na carreira de navegador. Subiu no pódio quatro vezes no Campeonato Carioca de Regularidade e tornou-se campeão navegando para Guilherme Spinelli. Começo de sucesso, comprovando o “tato pra coisa”. 

A carreira de Roldan nem sempre foi um mar de rosas. O início, como é o mesmo para muitos, onerou o bolso do navegador. Roldan teve duas perdas totais em apenas um ano quando começou no Brasileiro de Velocidade e, a partir de 1990 foi se esforçando para ganhar títulos e patrocínios. A vida no Rio de Janeiro durante a década de 90 lhe trouxe novos caminhos para o sucesso. Em 1992, já na categoria Graduados, o navegador começou a organizar as provas do campeonato regional, passando por dificuldades: “Éramos obrigados, por alcançar a categoria, a organizar as provas. Levava muito tempo para preparar as provas e planilhas, já que na época nem se falava em computador nos rallies.” Por causa do sucesso custoso no Rio de Janeiro, Lourival Roldan foi convidado, em 1995, a organizar as provas do Mitsubishi Motorsports. 

Em 2000, Roldan estreou uma parceria de cinco anos com o piloto Klever Kolberg, no rally mais esperado do ano no país: o Sertões. Em três anos, veio o resultado mais que esperado, além dos nacionais: “Ganhamos vários primeiros e segundos lugares nos campeonatos brasileiros, mas o terceiro da categoria Super Production Diesel do Dakar de 2003 foi uma excelente estreia no mundial”, afirma Roldan. A dupla correu três anos no mundial, além de conquistar dez primeiros lugares e cinco vice-campeonatos regionais e nacionais, como Rally dos Amigos e Sertões.

Em 2006, o navegador conquistou novos títulos ao lado de outro renomado piloto brasileiro. Foi navegando para Ingo Hoffman que Roldan subiu ao pódio cinco vezes no Brasileiro de Cross Country e no Rally dos Amigos, neste alcançando o tetracampeonato. Em 2007 o navegador correu o Lisboa Dakar e teve uma nova experiência ao lado do piloto cearense Riamburgo Ximenes. Neste ano, outra mudança de equipe para correr o mundial, com o piloto João Antônio Franciosi, mas a prova foi cancelada no último momento por causa de ameaças de terroristas da Mauritânia. “A organização tentou até onde pôde realizar a prova, mas as ameaças falaram mais forte. Acho que foi melhor o cancelamento da forma e no momento que foi, pois se estivéssemos em um acampamento ou briefing e acontecesse alguma tragédia, o impacto seria mais triste e pior. O prejuízo foi enorme, mas nada paga a vida de milhares de pessoas de vários países, envolvidas no Dakar”, conta Roldan. A organização do mundial confirmou que a edição de 2009 do Dakar será disputada nos países vizinhos, Argentina e Chile. Para o navegador, será a grande oportunidade para as equipes sul-americanas que ainda não conseguiram participar das edições européias: “Vai ser mais caro para as equipes francesas, por exemplo, virem na edição do ano que vem. Uma ótima oportunidade para equipes do Brasil e dos nossos vizinhos de mostrarem seus talentos.” 

Apesar de toda a sua correria com campeonatos e organização de provas, Lourival Roldan descobriu no rally outra habilidade: a de diretor de provas. “Sou diretor de provas da Mitsubishi Motorsports desde 1995 e o meu trabalho abriu novas oportunidades em grandes campeonatos nacionais, como o Brasileiro de Cross Country”, diz Roldan. E este trabalho, como correndo nas provas, também tem metas para o navegador, que recentemente foi diretor de prova na etapa de Barretos, interior de São Paulo, no Brasileiro de Cross Country: “A experiência foi ótima, a prova muito bem organizada e bem feita. Mas acho que os concorrentes gostaram mais do que eu! Ao final, preferiam eu dirigindo a prova do que correndo! Agora meu objetivo, neste segmento, é a direção de prova do Sertões.” Para a edição deste ano, Roldan ainda não confirmou em qual equipe irá navegar, mas podemos contar com o navegador em 2008. 

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