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Engesa 4 tipo exportação
Depois de se sentir confortável dentro deste Engesa, Sérgio Hickel não teve dúvida: preparou o carro e caiu na estrada – e fora dela também
No atual cenário off-road brasileiro é cada vez mais comum depararmos com jipes com grandes pneus, enormes suspensões e a capacidade indiscutível de vencer qualquer obstáculo. Mas o assunto aqui é diferente em função da simples necessidade do proprietário deste belíssimo exemplar do Engesa. Os dois maiores obstáculos para Sérgio Hickel eram, primeiro os seus quase dois metros de altura e, segundo, as distâncias que ele percorreria com o carro.
Foi pensando nisso que o engenheiro eletricista com veia de trilha adquiriu em 2007 este Engesa 4 Fase 1 do ano de 1988. O jipe estava em ótimo estado de conservação e, com exceção de alguns acessórios como pneus, rádio e o suporte traseiro tipo bagageiro, tudo era original e mantido de forma impecável por seu proprietário anterior. Foi graças as suas generosas dimensões internas, que Sérgio com seus quase dois metros de altura se sentiu à vontade e com espaço suficiente para fazer trilhas e viajar.
Contudo, era necessário fazer várias alterações, em especial no motor e caixa. O tradicional motor a gasolina GM151 – GM 2.5 litros de quatro cilindros em linha – foi substituído por um MWM 2.8 a diesel com potência estimada em 132 cv.
A caixa de transferência era o item com maior necessidade de substituição. A original que equipava os Engesa F1 da fabricante Clark modelo 240V – mecânica com cinco marchas à frente e uma à ré – não trabalhava com caixa de redução e utilizava a primeira marcha como reduzida que apresentava uma relação de 6.33:1. Além disso, tinha um barulho inquietante quando em funcionamento.
Como o Engesa seria usado para longos cursos e velocidades maiores em trechos fora de estrada, o uso da caixa de reduzida em marchas mais altas era a opção mais sensata e o sistema foi todo substituído. Eixos, cardans e caixas vieram de uma Land Rover, em um trabalho de adaptação surpreendentemente simples e com resultado eficiente. Originalmente o Engesa apresentava eixo dianteiro Dana 30, trocado por um Dana 44, igual ao traseiro, aumentando sua resistência.
A suspensão original do Engesa é muito boa e dispensou a necessidade de alteração. Mesmo com o uso dos pneus BF Goodrich Mud-Terrain T/A de 35 polegadas, o que ainda garantiu um visual mais equilibrado ao jipão, o sistema de eixos rígidos com molas helicoidais e braços articulados foi mantido. O conforto na rodagem ficou melhor com os amortecedores Rancho 9000 de calibração variável.
A embreagem hidráulica sob pressão de óleo foi instalada em substituição a do fabricante Borg Warner tipo mono disco a seco e acionamento mecânico por meio de cabo (conjunto original).
Os freios a disco foram redimensionados com novos discos e pinças, melhorando a confiança no sistema e garantindo mais segurança.
A pintura, combalida pelo tempo, foi refeita integralmente em branco com cinza escuro na capota, dando um aspecto mais moderno ao Engesa. Um novo visual externo foi obtido com as novas janelas laterais na capota de fibra, feita especialmente para o Engesa, em substituição as pequenas janelas corrediças. Novos paralamas em fibra de vidro ajudaram a melhorar o conjunto estético em razão dos grandes pneus e acabaram por dar um ar mais agressivo ao conjunto da carroceria.
Ainda externamente, recebeu para-choques modelados e, na dianteira, integrado com o guincho Work, com capacidade para 12.000 libras, faróis auxiliares Hella, além de novos pontos de apoio. Na traseira, recebeu suporte tubular para o pneu reserva, pontos de apoio e luz de ré individual.
O conjunto óptico foi alterado, do original com dois faróis e duas lanternas, para um conjunto da Mitsubishi com lâmpadas xênom, alterando substancialmente o visual frontal. As lanternas foram instaladas no paralamas. O snorkel foi redimensionado e a caixa do filtro de ar reposicionada para proporcionar melhor funcionamento com o motor diesel.
Por dentro, para conforto e segurança dos ocupantes, foi instalado cinto de quatro pontos, ar condicionado, ar quente, vidros elétricos, bancos em couro com regulagem de altura, GPS 172 da Garmin e rádio PY (VHF). Todo o assoalho, cofre do motor e caixas de rodas receberam sistema térmico e antirruído tornando o Engesa mais confortável e silencioso internamente.
A grande diferença obtida com a mecânica Land Rover foi a tração integral permanente, ou seja, o Engesa está sempre em 4×4. Por isso foi necessário a instalação do bloqueio de diferencial central que ganhou ainda o reforço do eficiente bloqueio Ensimec no eixo traseiro, tornando o jipão ainda mais valente para o off-road.
O Engesa 4 ganhou os atributos que Sérgio precisava e graças a sua força, confiabilidade e conforto, o proprietário já esteve com o carro no Uruguai, Argentina e Chile.
Ficha Técnica – Engesa 4 fase 1 1988 diesel
Motor
MWM Sprint 2.8 longitudinal, 4 cilindros em linha, três válvulas por cilindro, turbo e intercooler.
Combustível: diesel
Cilindrada: 2.796 cm3
Potência: 132 cv a 3.600 rpm
Torque: 32,7 kgfm a 1.800 rpm
Transmissão
Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma à ré (Land Rover).
Tração 4×4 permanente com reduzida e bloqueio de diferencial central acionável por alavanca no assoalho.
Relação de transferência: 3,320:1
Relação dos diferenciais: 3,540:1
Embreagem hidráulica
Eixos
Dianteiro: rígido Dana 44.
Traseiro: rígido Dana 44 com bloqueio Ensimec.
Freios
Discos nas quatro rodas (dianteiros ventilados), servo assistidos.
Suspensão
Traseira: eixo rígido com molas helicoidais e barras longitudinais. Amortecedores Rancho 9000 com regulagem de pressão.
Dianteira: eixo rígido com molas helicoidais e barras longitudinais. Amortecedores Rancho 9000 com regulagem de pressão.
Direção
Hidráulica
Pneus e Rodas
Pneus BFGoodrich Mud-Terrain T/A 35×12,5R15
Rodas em ferro estampado 15×8.
Dimensões e Capacidades
Tanque de combustível: 82 litros
Consumo médio: 10 km/l
Acessórios
Guincho Work 12.000
GPS Garmin 172 com antena externa
Rádio PY (VHF)
Faróis Hella
Snorkel
Ar-condicionado
Cinto de quatro pontos Huzi
por: Renato Hadlich
fotos: Fábio A. Scolastico
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