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Unimog 408
Utilizado pelo Exército Brasileiro a mais de uma década, o Unimog 408 vale cada centavo de seu alto valor de investimento
Junte um trator 4×4, um caminhão pequeno, coloque pitadas dos melhores jipes e picapes 4×4 e você terá o Unimog, sigla de Universal Motorengeraet ou Aparelho Motorizado Universal, em tradução literal para o português.
A receita para fazer um Unimog parece simples, mas desde a primeira unidade produzida no final dos anos 1940 muitos aprimoramentos foram introduzidos até chegar ao que ele é hoje. E ao contrário de alguns jipes as mudanças foram não só mecânicas como também estéticas e ergonômicas, visando o conforto do motorista e passageiros. E sem perder a essência, o que prova que carroceria antiga é apenas sinal de conservadorismo e economia, em detrimento dos usuários.
A comparação do Unimog com um trator parece exagerada, mas esta era a finalidade inicial deste veículo: ser um veículo versátil na agricultura da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, quando as fábricas foram devastadas pelos bombardeios e o que sobrou foi desmontado e levado pelos Aliados, que venceram a guerra. Desta forma o Unimog deveria servir a diversos tipos de lavouras através dos vários implementos disponíveis. Poderia ser usado como um motor estacionário, puxar implementos agrícolas e levar o agricultor e a produção da propriedade rural até a cidade com mais segurança e rapidez que um trator.
Os modelos iniciais tinham motores com potência baixíssima para os padrões atuais (25 hp e a gasolina), mas era o suficiente para a época.
O conceito Unimog não foi criado pela Mercedes-Benz, embora atualmente seja fabricado por ela e foi esta fábrica a responsável por vários aprimoramentos tecnológicos. Os primeiros testes do Unimog aconteceram em 1946, a primeira apresentação pública foi em 1948 e só em 1953 ele passou a ser fabricado com a marca Mercedes-Benz.
O Unimog 408
Fomos até Itu (SP) conhecer o Unimog 408 ano 1999 do Exército no 2º GAC-L (Grupo de Artilharia de Campanha Leve). A primeira coisa que chama a atenção é o grande vão livre de 40 cm. É preciso escalar o Unimog, literalmente. Contribuem para isso os incomuns eixos excêntricos (fora do centro da roda), deslocados para cima.
Andando ele tem um conforto incomum para este tipo de veículo, mesmo em terrenos acidentados, devido ao uso de molas helicoidais. Para parar ele usa freio a disco nas 4 rodas, o que possibilita boas frenagens mesmo depois de atravessar cursos d’água.
O motor não é nenhuma usina de força: é um OM 602 com 5 cilindros, da fase EURO 2, com turbo e intercooler, 2.900cm3, 115 hp de potência e 29 kgfm de torque. Mas com a caixa de redução, os bloqueios dos diferenciais e os eficientes pneus o Unimog não tem grandes dificuldades em ultrapassar obstáculos, mesmo não tendo um motor muito forte.
Claro que pelas suas dimensões ele não é um veículo para trilhas apertadas. Mas se houver espaço, dificilmente ele irá ficar. Se ficar, use o guincho. Se nem assim ele sair, busque outro Unimog ou um trator de esteiras, porque aí é sinal de que a coisa está feia mesmo.
Defeitos ou inconvenientes? O preço, caro mesmo na Alemanha e caríssimo no Brasil por conta dos altos impostos, e a demora das autorizadas para entregar as peças de reposição e o alto centro de gravidade do veículo, que faz com que se deva tomar cuidado a velocidades acima de 70km/h, seja na terra ou no asfalto. Mas ele não foi feito para correr e sim para realizar bons trabalhos no campo e proporcionar bons momentos de diversão na terra para quem pode e quer desembolsar um bom dinheiro, mesmo que o veículo seja usado. Na Europa um Unimog com 20 anos de uso pode custar 25.000 euros ou mais.
por: Eduardo M. P. Dantas
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