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JPX Trem que pula
outubro 18, 2009

Acredite: isto já foi um JPX!

Este protótipo preparado para rock crawling, desenvolvido a partir de um JPX Montez, é sucesso entre os fãs da modalidade em todo o Brasil e nos faz pensar que a criatividade e a inovação não têm limites, quando o assunto é 4×4 

No ano de 2001, Planeta Off-Road – na época veiculado apenas na internet – fez uma matéria especial para esta mesma seção (Jipe do Mês), tendo como protagonista um estranho jipe vermelho, que atendia pelo sugestivo nome de “Trem que Pula”. Tratava-se do JPX Montez do mineiro André Luiz Pereira, um aficionado por 4×4 e pelas alterações possíveis de serem feitas em um veículo original, visando à melhoria da sua performance. Apesar de, à época, já bastante modificado e repleto de inovações criadas pelo próprio André, o “Trem que Pula” não escondia a sua origem: por trás de toda aquela “musculatura”, enxergava-se ainda o JPX. 

JPW

Hoje, passados oito anos, o vermelho da carenagem – nostalgia, segundo André – e um pequeno pedaço do chassi (mais precisamente, a parte do berço da caixa) é tudo o que resta do ‘Jota’. Sem o antigo nome, mas com muito mais personalidade, o 4×4 de André Luiz é um dos destaques das provas do circuito brasileiro de rock crawling. Com seu jeitão agressivo e seu visual que lembra tudo, menos o JPX que lhe deu origem, o superjipe chama a atenção onde quer que dê o ar de sua graça, e sua performance é sempre motivo de comentários e até espanto. 

Nós que, de certa forma, acompanhamos o desenvolvimento desta máquina, resolvemos então atualizar os nossos leitores. Tentaremos, em algumas páginas, mostrar detalhes que fazem do velho ‘Jota’ do André um 4×4 como poucos.  

 

Loja Planeta Off-Road

 

O que antes era um JPX é, agora, um monstro de 2,6 metros de largura, 310 mm de vão livre e espaço entre eixos regulável, que pode ir de 95 a 100 polegadas. Este singelo conjunto, calçado por enormes pneus Maxxis Creep Crawler LT (nas medidas 38,5 x 14,5, montados em rodas aro 16) e impulsionado por um motor diesel MWM Sprint, de quatro cilindros, faz com que este 4×4 suba até em paredes – o que fica fácil, com seus ângulos da entrada e de saída de 90 graus. Ajudam a empurrar a “criança” a caixa de transferência original do JPX (uma Auverland, modelo A-80), com relação modificada para 3,7:1 – motivo pelo qual foi mantido o pequeno pedaço do chassi original do carro -, e o câmbio Clark CL 2205.  

Quase tudo neste 4×4 foi desenvolvido exclusivamente para ele. É o caso, por exemplo, do sistema elétrico, que foi especialmente dimensionado para o veículo, sendo alimentado por uma bateria náutica, completamente vedada, que não vaza, mesmo que o carro esteja de cabeça para baixo. Já o sistema de refrigeração é composto por três radiadores e três ventoinhas: o intercooler, um conjunto para a água do motor e um para o óleo (motor e direção hidráulica). Porém o mais interessante é o sistema de estancamento de fluidos desenvolvido por André, para evitar que os mesmos vazem ou circulem indevidamente pelo motor em caso de tombamento do carro (comum nas competições de rock crawling): trata-se de um sistema composto por três chaves (uma para o óleo de caixa e diferencial, outra para o da direção, e uma terceira para o óleo do motor) que, quando acionadas, fazem com que todo o fluido circulante fique armazenado em reservatórios especialmente desenvolvidos para esta função. JPW

Os corpos dos dois eixos do veículo foram reconstruídos por André, com a providencial ajuda de Jairo Alves, proprietário da Mecânica Industrial J. Real, em Contagem, na Grande BH – que, aliás, participou da construção de todas as peças em que foi necessário o trabalho de usinagem. Tanto no dianteiro, quanto no traseiro, André partiu do sistema de coroa e pinhão Dana 44 para desenvolver conjuntos exclusivos. 

A suspensão do “monstrinho” é feita por um sistema de triângulos oscilantes, com barras longitudinais e terminais rotulados (do tipo uniball). Enormes amortecedores Race Runner, a nitrogênio, com 14 polegadas de curso e regulagem de pressão e altura, completam o conjunto. 

Perguntamos ao André se ele tem um projeto do 4×4 ideal, ou se ele continuará experimentando enquanto ideias novas forem surgindo na cabeça dele. “Acho que, neste carro, já cheguei ao final. As experiências aqui chegaram aos seus limites: limites de resistência de materiais, limites de espaços e capacidades, entre outros. Novas invenções, só se for para partir para um novo carro”, – ele responde. E aí, você acredita?… 

Bom; se fôssemos nos dedicar a mostrar, em nossas páginas, todos os detalhes deste incrível 4×4, uma edição inteira seria pouco. Os pontos principais você já conheceu aqui. Agora – se quer saber -, legal mesmo é vê-lo em ação! Portanto, fique de olho no calendário e acompanhe as provas do circuito brasileiro de rock crawling. Diversão e adrenalina mais que garantidas, com esta e outras feras! 

Ficha Técnica 

Motor
MWM Sprint 2.8 SOH, 4 cilindros em linha, diesel, intercooler.
Potência: 132 cv a 3.600 rpm
Torque: 34,0 kgfm a 1.800 rpm
Taxa de compressão: 17,8:1 

Transmissão
Câmbio Clark CL 2205
Caixa de transferência: Auverland A-80 modificada (3,7:1). 

Eixos
Corpos refeitos; sistema de coroa e pinhão Dana 44.
Dianteiro: Semi-eixo Ensimec (35 estrias) com knuckles Spidertrax.
Traseiro: Semi-eixo do JPX com bloqueio 100% spool. 

Freios 
A disco na dianteira e na traseira. 

Direção 
Full Hydro 

Suspensão 
Dianteira: 3-link. Triângulos oscilantes, com barras longitudinais, terminais rotulados (uniball). Amortecedores Race Runner a gás (hidrogênio), com regulagem de altura e pressão (180 a 200 libras).
Traseira: Dianteira: 3-link. Triângulos oscilantes, com barras longitudinais, terminais rotulados (uniball). Amortecedores a gás, com regulagem de pressão e altura. Sistema de ajuste de altura e barra estabilizadora. 

Rodas e Pneus
Rodabrás em aço, com beadlock e modificações internas.
Maxxis Creep Crawler LT – 38,5 x 14,5 R16. 

Dimensões e Capacidades
Altura: Variável
Largura: 2,6 m
Entre-eixos: 95 a 100 polegadas (regulável)
Vão livre: 310 mm
Ângulo de entrada e saída: 90 graus
Tanque de combustível: 30 litros 

por: Humberto Mainenti
fotos: Adriano Rocha 

 

 

 

 

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