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Touro sobre rodas
Com DNA militar dos antigos Engesa, picape Agrale Marruá é sinônimo de robustez no Exército Brasileiro
Concebido e nascido nos primeiros anos da década de 1980, o jipe Engesa começou a ser vendido ao público civil em fins de 1985, ao mesmo tempo em que passou a fazer parte do Exército Brasileiro. Deixou de ser fabricado com a falência da fábrica em 1993. Porém ainda hoje é um objeto de desejo de muitos jipeiros e tem um alto valor de revenda, mesmo com motor a gasolina.
Em 2004 ele renasceu evoluído como Agrale Marruá e trouxe novas versões. Além da tradicional versão de duas portas e chassi curto (com capota de lona ou rígida) agora há também o jipe de chassi longo e quatro portas (apenas com capota de lona), picape cabine simples e picape cabine dupla, todos a diesel e 4×4. Curiosamente, não há uma versão com quatro portas, chassi longo e teto rígido.
Rodamos com uma picape Marruá do Exército Brasileiro (adquirida em fevereiro de 2009) que tem o nome oficial de Agrale Marruá AM20, sendo ele um VTNE, veículo de transporte não especializado.
A construção da linha Marruá é muito robusta, dentro de uma filosofia de durabilidade que dificilmente se vê atualmente na indústria automobilística. Porém, tudo tem um preço e por conta dessa estrutura resistente a picape pesa nada menos que 2.720 quilos, vazia.
A picape Marruá militar avaliada usa um motor MWM 2.8 com potência de 132cv e torque de 340 Nm. Não conta com caixa reduzida e tenta resolver sua falta com uma primeira marcha curta, com relação de 6,8:1. Para o jipe de duas portas que tem peso de 1.960 quilos (vazio) esta primeira marcha pode resolver, mas na picape ela deveria ser ainda mais reduzida, pois devemos levar em consideração que o peso da picape é 760 quilos maior. Se levarmos em consideração o peso do jipe e da picape carregados, a diferença chega a 1.010 quilos, já que a picape militar é capaz de carregar até 750 quilos, 250 a mais que o jipe. Contando o reboque a diferença aumenta ainda mais, posto que o peso máximo rebocável é de 500 quilos no jipe de duas portas e 750 kg na picape. No caso do jipe de quatro portas a capacidade de carga e reboque são as mesmas da picape.
A tração 4×4 deve ser acionada a velocidades inferiores a 80 km/h e o eixo dianteiro possui sistema de roda livre de acionamento manual. O ângulo de entrada da picape é de 62º (no jipe é semelhante, 64º). Já o ângulo de saída é bem menor, 40º (52º no jipe), mas ainda assim é bom. Andando em terreno irregular a picape mostra toda sua vocação off-road, mesmo estando com pneus para asfalto, passando pelo caminho de terra seca sem grandes problemas.
Para atravessar alguns obstáculos mais inclinados foi preciso subir muito o giro do motor, mostrando a conveniência de uma primeira marcha mais curta, como já afirmamos, ou uma alteração mais radical: um motor mais forte.
O motor é protegido na parte inferior por uma chapa metálica entre o para-choque e o diferencial, mas logo atrás do eixo dianteiro há uma grande abertura. Não que o motor vá bater no chão, pois ele está acima do eixo, mas é possível a entrada de pedras e galhos.
A cabine tem um santo-antônio muito bom, com quatro barras longitudinais e duas transversais, formando uma espécie de capota. O painel tem os indicadores básicos: velocímetro, conta-giros, temperatura, nível de combustível, pressão do turbocompressor e voltímetro. O volante é grande, pouco espesso e de plástico rígido, muito similar ao do extinto jipe Engesa. Deveria ser mais ergonômico.
O engate da tração é por alavanca, menos confortável que um botão no painel, porém é um sistema bastante confiável.
O Marruá é um ótimo 4×4, competente e de fácil manutenção, preparado para enfrentar qualquer terreno durante décadas, mas que para o mercado civil precisa receber algumas comodidades e ficar menos espartano sem perder a robustez, visando agradar o consumidor e vencer os concorrentes.
Ficha Técnica
Motor
MWM Sprint 4.07 TCA Euro II, 2.800 cm³, três válvulas por cilindros, quatro cilindros em linha, turbo comprimido, injeção direta, a diesel.
Potência: 132 cv a 3.600 rpm
Torque: 34,7 Kgfm entre 1.600 e 1.800 rpm
Rotação máxima: 4.400 rpm
Transmissão
Câmbio: Eaton FS 2305, manual, cinco marchas à frente e ré
Caixa de transferência: Agrale, manual
Tração: 4×2 (traseira) e 4×4.
Eixo dianteiro: Dana/Agrale 44.3, totalmente flutuante
Eixo traseiro: Dana 70, eixo flutuante com bloqueio de diferencial do tipo “power lock”
Cardãs: Dana 1310 (dianteiro)/Dana 1410 (traseiro)
Suspensão
Dianteira: Curso de 25 cm, barras longitudinais e transversais com barras Panhard, molas helicoidais e amortecedores telescópicos de dupla ação
Traseira: Curso de 25 cm, eixo rígido com molas semi-elípticas (feixe de molas) e amortecedores telescópicos de dupla ação
Pneus e Rodas
Pneus LT 235/85R16
Rodas 7,00×16”
Direção
TRW TAS 20314, hidráulica
Freios
Dianteiro: a disco, com acionamento hidráulico Servo assistido
Traseiro: a tambor, com acionamento hidráulico Servo assistido
Dimensões e Capacidades
Comprimento: 5.210 mm
Largura total: 2.310 mm
Largura carroceria: 2.160 mm
Altura total: 2.545 mm
Altura (com para-brisa rebatido): 1.420 mm
Entre-eixos: 3.210 mm
Bitola dianteira: 1.626 mm
Bitola traseira: 1.786 mm
Peso em ordem de marcha: 2.720 kg
Peso bruto: 3.470 kg
Capacidade de carga: 750 kg mais reboque com 750 kg
Vão livre mínimo do solo: 23 cm
Passagem a vau sem snorkel: 60 cm
Inclinação máxima lateral: 30º
Rampa máxima: 60º
Ângulo de entrada: 62º
Ângulo de saída: 40º
Raio de giro: 7,65 m
Velocidade máxima: 128 km/h
Velocidade mínima controlada: 4 km/h
Autonomia: 700 km
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