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O que eu faço agora?
Antes de sair, seguimos uma rotina básica, que inclui abastecer o jipe, verificar os equipamentos, conferir o ‘rango’ e dar as orientações ao Zequinha. Esse passo a passo pré-trilha é importante para não se estressar durante o passeio. Mas quando alguma coisa dá errada, como agir? O que fazer primeiro?
O artigo 135 do Código Penal Brasileiro trata da omissão de socorro, exemplo clássico de crime omissivo, que consiste em deixar de prestar socorro a quem não tenha condições, de socorrer a si próprio ou comunicar o evento a autoridade pública que o possa fazê-lo. Mas como prestar socorro de uma forma eficiente, sem se arriscar e sem piorar ainda mais o estado das vítimas?
Independentemente da origem ou gravidade do problema ou acidente existem protocolos específicos para atendimentos de emergência. Estes foram feitos para tentar minimizar os riscos de danos permanentes (além da morte), e de tentar evitar que mais vítimas sejam geradas.
O passo a passo do socorro!
Protocolos vêm sendo estudados e aprimorados desde a década de 1960 em todo mundo. Atualmente, a American Heart Association (AHA) é quem estabelece as diretrizes de atendimento de emergência através dos protocolos de BLS (Basic Life Support), um curso aberto a quem queira ser um socorrista certificado.
Então, o que fazer primeiro? Atualmente, a AHA preconiza que a ordem ideal de atendimento vem da sigla CAB (Compressões torácicas, Abertura de Vias Aéreas e Ventilação).
C – Compressões Torácicas
As compressões são dadas na altura do coração, cerca de dois dedos acima do processo xifoide ou entre os mamilos. As compressões devem ser suficientes para comprimir o tórax em cerca de cinco centímetros e retornar. Para uma RCP (Reanimação Cárdio Pulmonar) eficiente, os braços devem ser mantidos esticados e a um ângulo de 90° do tórax. O movimento é feito usando apenas o tronco. É importante comprimir e depois soltar completamente para que o coração, uma espécie de câmara, tenha tempo para encher depois de ser esvaziado por uma compressão. A frequência de compressões deve ser de aproximadamente 100 vezes por minuto.
A massagem cardíaca não deve ser feita por uma só pessoa por mais de dois minutos. Estudos demonstram que o socorrista se cansa e perde sua eficiência depois desse tempo. Porém, se só você é capaz, faça direto, o quanto aguentar.
A – Verificar Vias Aéreas
Depois de 30 compressões, pode-se verificar se a vítima responde, e, nesse momento, é a hora de abrir as vias aéreas e verificar se algo obstrui a passagem do ar. Nunca coloque a mão na boca de uma pessoa inconsciente, apenas olhe, e só se houver algo, tente retirar com alguma pinça ou algo do gênero.
B – Ventilação
Se não há nada visível obstruindo a passagem e você percebe que não há entrada ou saída do ar, é hora de tentar a famosa respiração “Boca a Boca”. Apesar de todo preconceito (às vezes o colega nem te liga na manhã seguinte) a respiração boca a boca não se trata de carícias entre amigos íntimos! Para realizá-la é preciso cobrir a boca da vítima com a sua, tampar o nariz da vítima e soprar com força.
Normalmente, uma respiração de emergência (nome técnico da respiração Boca a Boca) gera bons resultados e a pessoa acorda. Obviamente que isso vai depender do tamanho e da gravidade do acidente e do quadro da vítima.
Caso você ache que isso não pode ser feito (há vômito, sangue ou qualquer outra coisa que impeça ou gere algum risco) mantenha as 100 compressões por minuto revezando com alguém que conheça RCP de dois em dois minutos.
Não há como ensinar RCP em um artigo, por isso é importante que quem deseje aprender procure um curso de primeiros socorros ou de BLS em sua cidade.
10 mandamentos do socorrista
1. Mantenha a calma! Ninguém merece alguém dando chilique em uma situação desta!
2. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando estiver prestando socorro: primeiro eu (socorrista), depois minha equipe (incluindo curiosos) e por último, a vítima. Apesar de parecer contraditório, o objetivo é não gerar novas vítimas.
3. Ao prestar socorro, ligue imediatamente ao atendimento pré-hospitalar, agilizando a chegada de auxílio. Marque um ponto de encontro onde você sabe que a ambulância pode chegar.
4. Antes de agir no acidente, sempre verifique se há riscos no local. Se você rolar barranco abaixo, vira mais uma vítima e não poderá ajudar.
5. Mantenha sempre o bom senso. Boca a boca na mocinha bonita sem avisar o namorado grandalhão pode não ser uma boa ideia.
6. Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos.
7. Distribua tarefas. Assim, quem poderia atrapalhar lhe ajudará e se sentirá mais útil (mesmo que seja para buscar a flor milagrosa que você viu no início da trilha).
8. Evite manobras intempestivas, realizadas de forma imprudente ou com pressa.
9. Em caso de múltiplas vítimas, dê preferência àquelas que correm maior risco de vida como, por exemplo, vítimas em parada cardiorrespiratória ou que estejam sangrando muito.
10. Prestar socorro não é entrar em um carro em chamas com a faca na boca e a faixa do Rambo! Seja socorrista e não herói.
Evitar acidentes é dever de todos, mas como nem sempre é possível, caso aconteça com você ou seus amigos, é sempre bom estar preparado e saber o que fazer. Lembre-se sempre: Segurança em primeiro lugar!
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