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CJ Spider

Robusto e confiável, um Jeep CJ-5 para enfrentar qualquer trilha sem stress 

Era uma tarde de sábado, quando encontrei com Fabiano Figueiredo, para uma incursão rápida nas trilhas da região conhecida como Várzea das Flores, em Betim/MG. O objetivo era fazer as fotos que ilustram essa matéria, e lá teríamos um cenário bonito e lugares para colocar o Jeep CJ-5 para trabalhar. Sempre que saímos assim, o primeiro passo é fotografar o carro, e seus detalhes de preparação, ainda limpos. Foi com esse intuito que pedi ao Fabiano para colocar o Jeep na beira da lagoa para as primeiras fotos. E assim começou a aventura: abusamos do terreno úmido e mole da orla da várzea e o Jeep afundou, ficando completamente agarrado. Foi necessário montar um ‘trenzinho’ de jipes para arrancá-lo de lá. 

Com o Jeep na estrada novamente, saímos em busca de pontos para colocá-lo à prova. O local conhecido como Crateras da Lua foi perfeito. Lá tivemos certeza, o Jeep está com uma excelente configuração, sem soluções mirabolantes e sim com ideias simples, mantendo a origem do CJ: robustez, simplicidade e confiabilidade. Isso é o que um jipe precisa para ser bom. 

O Jeep em questão é um CJ-5, ano 1957, equipado com motor Falcon 3.6 litros a gasolina. Esse propulsor de seis cilindros em linha gera potência de 108 cv (a 3.700 rpm) e o torque chega a 25,7 kgfm (a 1.400 rpm). A caixa de câmbio é uma Clark de quatro marchas e a caixa de transferência continua a original Willys. Aqui vale a máxima de ter um powertrain confiável e com força suficiente para levar o Jeep para além dos obstáculos. Não mais do que isso e assim, sem forçar outros componentes como os cardãs e os eixos. 

São neles, os eixos, que está o grande trunfo deste CJ. O Jeep recebeu eixos produzidos sob medida pela RC 4×4. Baseado no diferencial Dana 44, os eixos passaram a ter bitola de 1,60 metros e semieixos fabricados em aço SAE 4340. Na dianteira, as homocinéticas são em aço SAE 4340 de 30 estrias, os munhões são Six Shooter Trailgear e a roda-livre é AVM modelo HP.  Os cubos de roda e manga de eixo são da Toyota assim como o disco de freio ventilado e as pinças de freio (de quatro pistões da Hilux). Já o eixo traseiro recebeu flanges também em aço SAE 4340, reforçados com seis prisioneiros e seis pinos guia. Os cubos de roda e manga de eixo são Toyota e os freios são a disco sólido. Os dois diferenciais, com relação de 4,88:1, possuem bloqueios Eaton E-Locker com acionamento elétrico por meio de botões instalados no painel. 

Os eixos foram montados em uma suspensão SPOA com os feixes de molas (vindos também da Toyota) colocados por cima dos eixos. Os jumelos dianteiros e traseiros são do tipo ‘revolver’, que se abrem quando a suspensão amplia seu curso. Para evitar o axle wrap (torção do eixo), barras de tração foram instaladas nos dois eixos. Os amortecedores são da Doetsch Tech com curso de 16 polegadas. 

Os pneus Mamute Wolverine de 37 polegadas foram montados em rodas aro 16 com offset negativo. Para completar o pacote de preparação, o Jeep CJ-5 recebeu direção hidráulica do Aerowillys, pedaleiras suspensas, santo Antônio, cinto de quatro pontas e guincho Super Winch 9.000. Com essa configuração, o CJ ficou valente o suficiente para encarar obstáculos e robusto a ponto de voltar da trilha sem quebras. 

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