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A verdade por trás do acidente com o Jeep no desfile de 7 de setembro
Saia do Boato. Após especulações nas redes, motorista do Jeep explica em detalhes o que ocorreu e revela a verdadeira causa do acidente em no desfile de 7 de setembro em Brusque
O desfile cívico-militar do último 7 de setembro, em Brusque (SC), acabou marcado por um acidente que assustou o público presente e viralizou nas redes sociais. Um Jeep militar perdeu o controle e avançou sobre os espectadores, atingindo três pessoas — entre elas um bebê. As vítimas tiveram ferimentos como fraturas em costelas e tornozelos, mas felizmente estão todas bem.
As imagens do acidente, filmadas de diferentes ângulos, rapidamente se espalharam pela internet, acompanhadas de inúmeros comentários e especulações. Enquanto alguns afirmavam que o motorista errou a manobra, outros sugeriam falha mecânica ou até descuido da organização. Porém, até então, a única informação oficial divulgada foi que o Jeep havia perdido o freio.
Planeta Off-Road foi atrás da história completa e conversou diretamente com o condutor do veículo, Sandro Rocha, Diretor Geral de Operações do Anjo da Guarda Fest.
O que estava planejado
Segundo Sandro, o Jeep fazia parte de um comboio de 25 veículos militares e antigos que participavam do desfile. Ele liderava o grupo, que vinha na sequência com uma distância de 30 metros entre cada veículo.
Estava programada uma apresentação especial para o público: ao se aproximar do palanque, Sandro faria uma manobra de retorno, pararia o Jeep no sentido contrário e seguiria marchando até a tribuna, onde prestaria continência ao Prefeito pedindo autorização para a passagem do comboio. Em seguida, uma cortina de fumaça tomaria conta da avenida e, pouco a pouco, os veículos surgiriam em meio ao cenário, enquanto Sandro iria ao final do comboio, voltando em seguida cruzando todos os carros em zig-zag, em frente às autoridades.
“Esse tipo de encenação é característico do Anjo da Guarda Fest. É algo que a gente prepara para atrair e entreter o público. Fazemos essas atividades desde o ano de 2000. Tudo estava muito bem organizado e ensaiado”, explicou Sandro.
O momento do acidente
O problema ocorreu justamente no início da apresentação. Para ganhar distância do comboio, Sandro acelerou um pouco mais, abriu para a direita e iniciou a curva de 90º à esquerda. A intenção era simples: parar o Jeep, engatar a ré e posicioná-lo no centro da avenida, de frente para o comboio.
Mas, ao acionar o freio, algo deu errado. “O Jeep até deu uma pequena freada, mas logo depois o pedal foi ao fundo. O freio simplesmente desapareceu”, contou o motorista. Diante da falha, Sandro agiu rápido: desligou o motor e deixou o Jeep engrenado para tentar pará-lo. Mesmo assim, o veículo levou um tempo até parar completamente e avançou sobre as pessoas que estavam na lateral da via.
Reação imediata
Assim que o Jeep parou, Sandro desceu rapidamente para socorrer os feridos. Pouco depois, precisou dar uma ré no veículo para abrir espaço para a chegada da ambulância e retornou ao atendimento das vítimas, prestando todo apoio necessário até que fossem encaminhadas ao hospital. Desde então, Sandro mantém contato com as famílias e segue prestando todo suporte de amparo, financeiro, médico. Ele permaneceu no hospital, com ajuda apenas de um outro membro do comboio, acompanhando as vítimas até que todos tivessem alta. “Minha prioridade foi cuidar das pessoas. Graças a Deus, apesar do susto, todos estão bem e já estão se recuperando”, afirmou.
Mais tarde, uma avaliação técnica constatou que, apesar da manutenção em dia, o Jeep — equipado com motor de Opala e câmbio de 4 marchas — apresentou um problema no cilindro de freio, o que explica a perda repentina de eficiência do sistema.
O episódio mostrou como um acidente pode rapidamente gerar versões distorcidas nas redes sociais. Enquanto os vídeos circularam acompanhados de especulações, a realidade é que se tratou de uma falha mecânica inesperada, em um veículo histórico, com a manutenção em dia e preparado para um espetáculo de homenagem e entretenimento.
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