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agosto 17, 2004

Lada Niva 1.6: amor e ódio

Odiado por uns e amado por outros, o Niva conquistou seu espaço e mantém viva até hoje a invasão russa do início da década de 90

Um dos primeiros carros importados a chegar ao Brasil, o Niva apontou por aqui no início de 1991 com a promessa de invadir o mercado. A Lada, que ainda trouxe na bagagem o Laika e o Samara, provocou alvoroço e chegou a nomear 126 representantes no País. Porém, a montadora russa foi a primeira a chegar e também uma das primeiras a abandonar o mercado nacional. Depois da abertura às importações decretada por Fernando Collor, em julho de 1990, a Lada conseguiu importar uma frota de 35 mil veículos, mas pressionada pelas montadoras locais, pela legislação e pela falta de novos produtos, acabou deixando nosso mercado no ano de 1999. Fato esse que não foi exclusividade dos russos. A própria Suzuki, um dos grandes sucessos de vendas de importados, também saiu anos depois.

Mesmo sem estar oficialmente no Brasil, o Niva conquistou e angariou uma série de fãs. Sem contar que o jipe russo tem algumas vantagens que encaixam com perfeição em uma fatia do mercado. A razão disso é facilmente explicada quando se pensa em relação custo x benefício. O Niva é uma excelente opção para quem não tem o dinheiro suficiente ou não quer investir quase uma fortuna em um SUV de luxo e, no entanto, quer um carro que ofereça certo conforto. Vale destacar que, com o mesmo valor de um Niva – algo em torno de 7 a 12 mil – o concorrente é o Jeep Willys, que significa maior consumo de combustível, mais manutenção e quase nenhum conforto.

Apesar do preço, que sempre foi seu grande diferencial, o Lada Niva oferece outras vantagens significativas.

A tração 4×4 permanente é um dos destaques. O ‘valente’ russo possui um sistema de tração nas quatro rodas permanente. Esse sistema, semelhante ao da Land Rover Defender, exige a presença de um bloqueio de diferencial central (veja matéria na página 20). Se por um lado, o mecanismo completo de transmissão deixa o carro preso – e esse é um dos problemas ao dirigir o Niva – por outro, o deixa bem mais estável que seus concorrentes mais próximos, o Jeep Willys e o Suzuki Samurai.

Outro item em que o Lada leva vantagem é o conforto. A principal responsável é a suspensão bem macia. O Niva possui, na dianteira, suspensão independente com molas helicoidais. Na traseira, é formada por eixo rígido, barra estabilizadora transversal e molas helicoidais. Além do conforto, a suspensão independente ainda oferece um maior vão livre do solo. Os bancos originais atrapalham o conforto do carro mas, por se tratar de uma adaptação fácil e barata, a maioria dos proprietários opta pela troca por outros modelos. Como no caso do Niva testado que, além dos novos bancos, ganhou ainda a instalação de ar condicionado original Lada. Apesar dos problemas com o acabamento, o Niva possui alguns recursos interessantes como o limpador dos faróis e o painel completo que tem conta-giros, indicador de pressão do óleo, nível de combustível, velocímetro, hodômetro total e parcial além das luzes indicadoras de acionamento do bloqueio, freio de mão e nível do fluido de freio. O grande vilão do conforto acaba sendo mesmo o calor interno – no caso do veículo testado, resolvido com o ar condicionado – e o barulho excessivo.

O motor longitudinal de 1570 cilindradas é um pouco fraco. Ele desenvolve pouco com seus 76 CV e deixa o carro com um consumo alto de combustível: faz menos de 7 km/l. Entretanto, a reduzida e as boas características off-road – entre – eixos curto, boa distribuição de peso, ângulo de saída e vão livre do solo – o tornam valente em trilhas sem prejudicar o desempenho no asfalto. Como a própria Lada definia no seu manual, o Niva é um utilitário compacto e confortável, permitindo seu uso em centros urbanos e fora-de-estrada.

Niva

Nivas Gerais
No início de 2004, um grupo de proprietários de Niva, que até então se conheciam apenas por telefone e e-mail, se reuniram em um bar em Belo Horizonte. Ali nascia o Nivas Gerais. De lá para cá, o grupo vem realizando passeios, provas e encontros. Um deles acontece toda quinta-feira na capital mineira. O ‘Quinta Russa’, no bar Patorroco, na capital mineira, reúne aficionados e adeptos que vão aumentando a cada dia.

Por: Adriano Rocha | Fotos: Adriano Rocha

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