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Rocsta, o jipinho ilustre desconhecido
Imagine um 4×4 com design semelhante ao do tradicional Jeep, com recursos modernos, motor a diesel e – o que é melhor – preço muito mais baixo que o dos outros 4×4 do seu tempo. Esse jipe existiu e foi importado para o Brasil em meados da década de 1990 mas, por alguns motivos, não “emplacou” por aqui. Conheça um pouco da história do Rocsta e tente entender o porquê
O ano era 1994. Após dois anos da liberação das importações de veículos no Brasil o segmento vinha pegando embalo, pois tudo era novidade. A coreana Asia Motors, entusiasmada com o sucesso de seus utilitários Topic e Towner, resolve então apostar em um segmento mais específico: o dos veículos 4×4. E a aposta tinha até um apelo bem interessante: tratava-se de um jipinho que, olhando de maneira distraída, poderia até ser confundido com um tradicional Jeep, tamanha era a sua semelhança com o modelo americano. Vinha equipado com recursos modernos e era movido a diesel, o que, aliado ao seu baixo custo em relação aos concorrentes da época, o tornavam uma compra extremamente interessante. Mas a aposta dos coreanos não vingou. Será por que?
O Asia Rocsta foi importado para o Brasil entre os anos 1994 e 1996. Aportou em terras tupiniquins trazendo sob o capô um motor 2.2 diesel, de 61 cv (o mesmo do utilitário Kia Besta). Possuia câmbio manual de cinco marchas, tração nas quatro rodas, redução e podia ser encontrado nas versões hard top ou soft top. Seu interior era ‘moderninho’ e trazia itens de conforto e performance compatível com os dos modelos da época, o que logo o tornou alvo de comparativos com outros 4×4 – principalmente com o Jeep Wrangler – em publicações nacionais e internacionais.
Entretanto, apesar de todo esse apelo aventureiro, do valor atraente e da avidez dos consumidores brasileiros pelas novidades que vinham de fora do País, as vendas do carro foram ínfimas e hoje, nem mesmo nas concessionárias Kia – marca que adquiriu a Asia Motors -, consegue-se obter informações sobre o modelo e suas vendas. Alguns atribuem o fracasso do Rocsta à fraqueza do motor fabricado pela Mazda; outros dizem que o jipe não “decolou” em decorrência da resistência dos brasileiros aos veículos asiáticos – que, aliás, somente nos dias de hoje vem sendo vencida, a duras penas. O fato é que existem pouquíssimos desses jipes rodando pelo Brasil, e até mesmo entre os jipeiros há quem não conheça o pequeno coreano. Na própria internet, espaço de troca de informações mais democrático do mundo, são poucas as informações precisas e confiáveis sobre o modelo.
Com esse retrospecto, o carro teve sua importação interrompida em 1996 e, em 1997, a montadora parou de fabricá-lo. Em 1998, já sob o controle da Kia, foi lançado o Retona, com o objetivo de retomar os investimentos no segmento. Porém, os resultados… Bom; isso já é assunto para outra matéria.
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Apesar de utilizar o motor da Besta, utilitário de grande aceitação no Brasil, é difícil encontrar peças para o Rocsta, tanto no mercado paralelo quanto nas concessionárias Kia – “herdeira” da Asia Motors. Há, inclusive, relatos de consumidores que alegam ter ouvido, de vendedores da marca coreana, que o modelo jamais fora importado para o Brasil. Diante disso, a solução para os poucos proprietários do Rocsta que ainda existem no País é apelar para a utilização de peças adaptadas.
As opiniões sobre o Rocsta no meio jipeiro são divididas. Há os que execram o jipe coreano, apontando o motor como seu principal ponto fraco. Há também os que não o vendem por nada e apontam sua relação custo x benefício como ponto forte. Se quiser tirar suas próprias conclusões, tente encontrar um a venda.
Por: Humberto Mainenti | Fotos: Adriano Rocha