• (15)
  • (50)
  • (28)
  • (8)
  • (25)
  • (6)
  • (50)
  • (19)
  • (53)
  • (69)
  • (120)
  • (22)
  • (31)
  • (28)
  • (29)
  • (7)
  • (18)
  • (36)
  • (20)

Anuncie também

Anuncie gratiutamente na mais completa seção de classificados off road da web brasileira

Automático no Off-Road
Fevereiro 23, 2007

Automático no off-road

Você já parou para pensar que pode ter mais controle de seu jipe se ele for automático?

Existem muitos mitos e preconceitos no mundo do off-road. Jipeiros que ainda olham torto para algumas “novidades”, que na maioria das vezes já têm várias décadas de existência, como injeção eletrônica ou pneus radiais.

E um dos assuntos mais polêmicos em listas de discussões, fóruns na internet ou conversas em encontros de donos, mecânicos (ou “mexânicos”) e entendidos em geral do mundo 4×4 é o uso do câmbio automático em jipes.

“-Mas e ai? Dá para usar o automático na trilha? É melhor ou pior? Tem alguma vantagem ou desvantagem?”

Nos últimos tempos, principalmente depois que o Rock Crawling começou a aparecer para os jipeiros, vários perceberam que o pedal da embreagem pode não ser necessário e que o automático tem muitas vantagens em relação ao câmbio manual.

Durante uma prova de RC ou trilha com erosões, por exemplo, uma grande vantagem é o controle que você pode ter sobre o jipe sem precisar ficar “queimando embreagem”. Poder acelerar gradativamente, sem deixar os pneus patinarem, ou até utilizar um pé em cada pedal, em determinadas situações é o necessário para não atropelar um cone numa prova, escorregar para o abismo ou ficar com o jipe centrado numa pedra durante aquela trilha pesada.

Automático no Off-Road

Numa trilha com atoleiros e muita lama e água, a inexistência de embreagem é outra grande vantagem. Você pode parar no meio do atoleiro, engatar ré e depois primeira, sem medo de ficar com a embreagem colada ou sem tração, já que o sistema do câmbio auto é selado no conversor de torque.

Aliás, falando no tal conversor de torque, que faz o acoplamento entre o motor e o câmbio, temos que nos lembrar que ali existe mais uma vantagem. Ou duas! Primeiro, como o acoplamento é feito através de fluído hidráulico (uma espécie de óleo), e não engrenagens ou embreagem, há muito menos trancos na transmissão, poupando cardãs, cruzetas e todo o sistema de eixos. Outro fator menos conhecido do “tal conversor” é a capacidade de multiplicar o torque do motor antes de chegar ao câmbio. Ele consegue amplificar a força em até duas vezes e meia em alguns casos! É como se o jipe tivesse mais uma caixa de reduzida no momento da arrancada, permitindo arrastar aquela “jaca” do seu amigo que atolou com mais facilidade ou subir uma pirambeira mais inclinada ainda.

“-Mas, não tem nada contra, nada pior no câmbio auto?”

Bom, tem que lembrar que não dá para ligar um carro com transmissão automática “no tranco”, então não dá para ficar sem bateria ou sem motor de arranque…

 

Loja Planeta Off-Road

 

A capacidade de freio-motor também costuma ser menor, porque normalmente o modelo automático é mais longo em relações ao manual, exatamente pela capacidade que o conversor tem de multiplicar o torque. Por isso o fabricante coloca relações de marchas ou diferencial mais “soltas”. Se o motor for de maior cilindrada ou a transferência bem reduzida, isso é minimizado. Numa adaptação, a relação final deve ser calculada tendo em conta o uso do jipe.

“-Mas com câmbio automático eu não vou ter controle sobre o jipe, eu quero poder trocar as marchas!”

Só porque o câmbio pode trocar as marchas sozinho, apenas colocando em “D”, não significa que você não pode ou deve usar a alavanca de velocidades ou sua vontade sobre a do jipe! As várias posições do seletor permitem que você escolha ou force uma determinada marcha, por exemplo numa descida, para usar o freio-motor e não os freios. Se o seu modelo de câmbio permitir, colocando em segunda marcha e não primeira, pode ser mais fácil conseguir tração para arrancar naquela laminha escorregadia.

Automático no Off-Road

Usando o pé esquerdo para frear, enquanto acelera com o direito, pode fazer o giro do motor subir para conseguir aquele “salto” necessário para passar um obstáculo mais difícil, ao soltar o freio. Ao fazer isso num câmbio manual, você dá tranco na transmissão ou queima embreagem!

Cada câmbio automático pode ter algumas particularidades. Os de 4 ou 5 marchas, por exemplo, podem ter como desativar a última marcha, o overdrive. Alguns modelos, ao colocar a alavanca na posição “2”, podem arrancar em segunda, mas outros arrancam em primeira e só mudam até segunda. Por isso é importante conseguir o manual do proprietário do jipe (ou do carro de onde o câmbio foi “transplantado”), para aprender todos os recursos disponíveis e aproveitar ao máximo essa tecnologia que já tem mais de cem anos desde os desenhos iniciais!

Testando um jipe com câmbio automático

Algumas dicas para saber as condições de um câmbio automático:

Primeiro o ATF – automatic transmission fluid -, que deve estar no nível certo (mostra manutenção) e com cor vermelho groselha quando novo, mas conforme o uso vai ficando marrom. Se estiver muito escuro (quase preto) ou cheirando queimado (parece papel queimado) pode ter bandas ou discos com problemas e a parte “mole” já no fim. Se tiver limalhas na vareta, já pode ser bem mais grave – aí já foi a parte “dura”…

Outra é o estado do sistema de arrefecimento (radiador, ventoinha viscosa/elétrica e líquido/aditivo). Se estiver com mau aspecto, enferrujado, com nível baixo ou ventoinha viscosa solta quando quente ou pás quebradas, o carro vai aquecer e o câmbio certamente já sofreu bastante.

E finalmente as trocas e kick down. Testar se ao arrancar forte, com o pé embaixo, ele leva o giro até 4 ou 5 mil RPM, sem trocar para segunda a não ser que você solte o acelerador. Depois fazer as trocas mais calmamente sem acelerar tão a fundo – as trocas devem acontecer sem grandes trancos, perto dos dois mil giros. Numa reta, andando em velocidade constante, afundar o pé até o assoalho, para ver se ele abaixa uma marcha e arranca forte (kick down). Este procedimento serve para reduzir uma marcha em uma ultrapassagem, por exemplo.

Com o jipe parado e freado, é preciso testar também quanto tempo demora para trocar entre “R” e “D” (aquele tranco quando a marcha engata) e vice-versa. Não pode levar mais que um ou dois segundos.

Automático no Off-Road

Cuide bem da sua transmissão automática

  • Verifique o nível de ATF periodicamente seguindo as instruções no manual. Normalmente o motor tem que estar quente, ligado e câmbio em “P”, mas alguns modelos podem ser diferentes. Nível baixo de ATF pode danificar o câmbio!
  • Procure vazamentos por baixo do veículo.
  • Cheque as condições do fluído:

– Ele deve estar transparente e sem partículas ou limalha em suspensão. O fluído novo é vermelho “groselha” e com o uso vai ficando escurecido, puxando para o marrom.

–  Se estiver leitoso ou com espuma, pode ter havido contaminação com água ou aditivo de radiador.

– Faça a troca do ATF e filtro, conforme o manual ou a cada 35-40 mil quilômetros. Muita atenção para não usar fluído que não seja o especificado pelo fabricante.

  • Temperatura é o maior inimigo do câmbio automático! Se possível, instale um radiador auxiliar de ATF em linha com o original, para manter a temperatura controlada, principalmente se muito exigido. Mantenha também o radiador do motor e todo o sistema de arrefecimento em bom estado de conservação.
  • Assim como acontece com a transferência e eixos, respiros elevados são fundamentais se você quer enfrentar atoleiros e travessias de rios. Caso contrário, vai contaminar o fluído com água ou lama.

Automático no Off-Road

Por: Bill Johnson e J. Sebastian

 

 

 

Comentários