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Mercedes 1720: militar de peso
Mercedes Benz 1720 A, um caminhão 4×4 utilizado pelo Exército Brasileiro para deslocamento e transporte nos piores caminhos
Um caminhão capaz de acompanhar um jipe nos piores terrenos. Assim pode ser definido o Mercedes-Benz 1720 A.
Equipado com o motor OM-366 LA de 5.958 cm3, seis cilindros, turbo comprimido, potência de 211 cv a 2.600 rpm e torque de 67 mkgf a 1.400 rpm, tração 4×4 com reduzida e bloqueio nos diferenciais dianteiro e traseiro ele garante ótimos serviços e até mesmo muito diversão.
Rodando dentro de uma área militar pudemos comprovar sua capacidade fora-de-estrada. Infelizmente, quando as fotos foram feitas, não havia muita lama, mas não faltaram terrenos íngremes para testar o 1720 A. Engatando a tração 4×4 e acionando os bloqueios dos diferenciais parece que nada é capaz de segurar o caminhão.
Depois de rodar pela área onde se faz o treinamento com tanques de guerra, decidimos encarar um barranco à beira de uma estrada asfaltada. Enquanto os pneus traseiros estavam no asfalto e apenas os dianteiros estavam subindo o barranco, tínhamos a certeza de que não haveria dificuldades. A dúvida era o que aconteceria quando os pneus traseiros saíssem do asfalto e encontrassem a terra. Mas o caminhão simplesmente ignorou tal situação, subindo o barranco sem nem ao menos patinar.
Depois do primeiro barranco, procuramos outro mais íngreme e o comportamento do caminhão foi o mesmo.
Após enfrentarmos barrancos de terra seca e pouca grama fomos até um outro com grama alta. Para piorar a situação (ou seria melhorar?) uma chuva fina caiu por alguns minutos. Ao subir em reduzida e bem devagar o caminhão estancou no meio da subida, patinando e não saindo do lugar. Voltamos e tentamos novamente com mais velocidade. Algumas patinadas e lá foi o 1720 A para o alto do barranco.
No único trecho de lama que encontramos houve mais dificuldade para o caminhão. Como a lama estava em uma curva, o caminhão teimava em atravessar a lama em linha reta. Foi preciso dar ré algumas vezes e fechar mais a curva para que ele não saísse da estrada. Neste caso, assim como no barranco com grama úmida, o maior problema não foi com o caminhão em si, mas sim com os pneus, apropriados para asfalto mas nada bons na lama. Com pneus lameiros a capacidade de tração do 1720 A iria melhorar muito.
A única ressalva em relação à mecânica é a respeito da caixa de transferência, que não possui nenhuma proteção. E ela quase bateu no chão quando o caminhão enfrentou os barrancos.
Como veículo 4×4 o Mercedes-Benz 1720 A está aprovado. E mesmo no asfalto seu comportamento é muito bom.
Embora não atinja velocidades elevadas (e é ótimo que isso não aconteça, afinal é um caminhão) seu alto torque proporciona acelerações e retomadas rápidas e ele mantém com facilidade a velocidade, mesmo em subidas.
Mas nem tudo é perfeito no 1720 A. Suas peças de plástico no painel emitem rangidos, sendo que o caminhão testado tinha apenas 5.000 km rodados, muitos deles no asfalto. Do lado de fora da cabine, atrás do motorista, fica a entrada de ar para o motor. E ela vibrava causando ruídos.
Motorista e passageiros vão sentados ligeiramente à frente do eixo dianteiro, estando sujeitos a todo tipo de oscilações da carroceria. O banco do motorista é apenas razoavelmente confortável e não permite muito recuo. Já os bancos dos dois passageiros são retos como uma cadeira de sala de jantar, e o painel fica na altura dos joelhos, impedindo a movimentação das pernas. Pessoas com 1,80 m ficam com a cabeça muito próxima do teto e podem bater a cabeça em alguma oscilação mais forte da cabine, como ao passar por um buraco ou valeta.
Alguém pode até alegar que caminhão é feito para o trabalho e quem quer conforto deve andar em um sedã de luxo. Ocorre que este conceito de que caminhão não precisa ser confortável está ultrapassado. Um caminhão deveria ter tanto conforto e ergonomia quanto um veículo de passeio, pelo que custa e porque motoristas de caminhão tendem a passar mais tempo dentro de seu veículo do que um motorista de automóvel. É uma questão de saúde e de segurança.
Ficha Técnica
Motor
Mercedes-Benz OM-366 LA 6 cilindros
Potência máxima: 211 cv a 2600 rpm
Torque máximo: 67 mkgf a 1400 rpm
Cilindrada total: 5.958 cm3
Câmbio
5 marchas sincronizadas a frente e uma a ré
Relação: 7,43/4,32/2,53/1,50/1,00/ré: 6,67
Relação de transferência: i1=1,045:1, i2=1,643:1
Rodas e pneus
Aros das rodas: 7.50 x 20
Pneumáticos: 10.00 R 20 PR 16
Dimensões e Capacidades
Entre-eixos: 4.200 mm
Comprimento: 6.773 mm
Largura: 2.320 mm
Altura: 2.784 mm
Ângulo de entrada: 29º
Ângulo de saída: 38º
Diâmetro de giro: 16,3m
por: Eduardo Dantas
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