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Expedição do Frevo

A expedição que, partindo de Pernambuco, percorreu cinco países da América do Sul e vários estados brasileiros, durante 28 dias de aventuras

Na noite do último dia 30 de março, seis veículos 4×4, tripulados pelos amigos César Siqueira, Rodrigo, Binho, Carlinhos, Beto e Sérgio Holanda, em companhia de suas esposas, partiram da capital de Pernambuco rumo a uma longa e emocionante viagem pelos países vizinhos. Em 28 dias, o grupo atravessou o Brasil de leste a oeste, iniciando a parte internacional da viagem a partir do Peru; desceu, em seguida, o caminho dos Andes, atravessando Bolívia e Chile, até a Argentina, de onde, após um “pulinho” no Paraguai, retornou ao Brasil, concluindo a viagem com uma nova travessia do território brasileiro, desta vez do Sul ao Nordeste, num total aproximadamente 15 mil quilômetros de estradas.

Quem nos relata os detalhes desta aventura é Sérgio Holanda, tripulante da única picape do grupo, uma Toyota Hilux SR5. Segundo ele, uma das maiores dificuldades de se fazer uma expedição deste tipo para quem reside na região Nordeste do Brasil está justamente nas longas distâncias a serem percorridas para se atingir os países vizinhos. Mesmo assim, este grupo, que chegou, na fase de planejamento da viagem, a ser composto por 10 carros, resolveu encarar o desafio.

O primeiro – digamos – ponto de visita do grupo de viajantes, depois de 6 dias de viagem, foi a cidade de Pimenteira do Oeste, no estado de Rondônia, ainda em território brasileiro. A cidade não fazia parte do roteiro original, mas as excelentes indicações recebidas em Vilhena, também em Rondônia, fizeram com que o grupo mudasse de idéia e desse uma “esticada” até o local. E não se arrependeu! “Realmente é um paraíso sem igual e fomos recebidos muito bem por lá”, diz Holanda, contando que, na noite da chegada, o grupo foi agraciado com um churrasco de tambaqui, à beira do rio Guaporé, e, no dia seguinte, pôde fazer um passeio de “voadeira”, até um belíssimo parque nacional boliviano.

No dia 9 de Abril, o grupo adentrou o Peru, através da Amazônia peruana. A partir daí, a Expedição do Frevo – Caminhos dos Incas seguiu um roteiro turístico relativamente convencional, mas, nem por isso, pouco belo e emocionante: no Peru, a histórica Cusco foi a primeira parada. Após a indispensável “esticada”, de trem, a Machu Picchu, o grupo seguiu para Puno e o lago Titicaca, onde conheceu as Ilhas Flutuantes.

Na Bolívia, uma visita às ruínas e aos museus de Tiahuanaco antecederam a chegada a La Paz. Na capital boliviana, os brasileiros se depararam com um ruidoso protesto da população local, com direito a exército na rua e tudo mais, e achou mais prudente seguir para Oruro. No dia seguinte, na viagem até o Salar de Uyuni, o grupo optou por estradas alternativas e pegou temperatura de 6 graus negativos.

Partindo em direção ao Pacífico, a Expedição adentrou o Chile, indo direto a Antofagasta. Mejilhões, Calama e San Pedro de Atacama foram os próximos destinos em território chileno.

Após atravessar o belo e temido Deserto do Atacama, o grupo chegou à Argentina, por Punamarca, de onde iniciou o retorno ao Brasil, cruzando a fronteira do país de origem em Foz do Iguaçu-PR, com direito a uma visita à vizinha Cidade do Leste, no Paraguai.

Mais alguns dias de viagem, cruzando Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe, os viajantes finalmente chegaram ao ponto de origem, sãos e salvos. “O total percorrido, no hodômetro da Hilux, foi de 15.001 km, entre a saída, no dia 30 de março, e a chegada, em 27 de abril”, conta Sérgio Holanda.

Dicas e curiosidades por sérgio Holanda

Um fato importante, em nossa entrada no Peru, é que fomos abordados por um engenheiro de segurança, que nos deu uma aula sobre a “carretera”, que está em obras, falando de todo o nosso trajeto até Cusco, melhores horários etc.

Em Cusco, fomos abordados por um agente do Governo, que informou nossos nomes, nossas placas etc., e nos deixou um número de celular e de uma central, caso acontecesse algo ou precisássemos de auxílio. Nos informou que, desde Inãpari, sabiam de nossa entrada; que, para nossa proteção, estaríamos sendo monitorados até a fronteira com a Bolívia, e que isto é comum quando estrangeiros entram no Peru.

Passe pelo menos 4 dias em Cusco. A cidade possui muitos locais que não estão nas rotas turísticas, mas vale a pena visitar.

Quando for assinar a declaração de produtos de origem vegetal e animal, no Chile, declare que possui, pois se, por acaso, você tiver esquecido uma laranja no carro, vai levar uma multa de 100 Dólares. Se você declara, e não acham nada, você simplesmente diz que pensava que ainda tinha o produto.

No Chile, fazem você tirar tudo de dentro do carro. Então se lembre de manter a máxima organização possível; isto facilita na hora de desarrumar e arrumar tudo.

Acho que o fato de estarmos em 6 carros – todos adesivados – e sermos 12 pessoas influenciou positivamente na abordagem da polícia e evitou algum abuso, principalmente naqueles locais mais falados.

Alguns números

Diesel mais caro: R$ 2,90 – Acre
Diesel mais barato: R$ 0,90 – Bolívia
Temperatura mais alta: 50 graus Transamazônica Peruana
Temperatura mais baixa: – 6,5 graus Proximidades do Salar de Uyuni
Altitude mais elevada: 4.810 m
Velocidade máxima: 152 km/h
Quilometragem final: 15.001 km
Consumo médio de Diesel (Toyota): 8 km/l
Combustível consumido (Toyota): 1.875 litros

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