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Dodge M37
Março 26, 2008

Na ativa! Dodge M37

Com mais de 40 anos de bons trabalhos prestados ao exército, a Dodge M37 ganhou até nome próprio e continua na ativa. Isso, graças ao trabalho de um grupo de militares que encararam sua reforma

Está é a picape (ou caminhão, segundo a classificação da época da fabricação) Dodge M37 4×4, do Exército Brasileiro, fabricada em 1967 e que quase foi a leilão. Mas um dedicado grupo de militares resolveu que ela deveria continuar servindo por mais um tempo e assim a M37 passou por uma pequena reforma há cerca de três anos, com a troca apenas de radiador, pneus e lubrificantes. E não é por castigo que ela não foi aposentada, mas por ser eficiente. Até nome de guerra ela tem: “Jabiraca”. A princípio pode parecer pejorativo, mas não é. É algo carinhoso, afinal ela está há anos no Exército. Muitos a preferem em detrimento de uma picape Toyota Bandeirante Xingu, apesar de esta última ser mais nova. O que ocorre é que a M37 tem uma suspensão mais macia e eficiente. E mesmo quando comparada a picapes com projeto mais atual a suspensão da picape americana não faz feio. Uma D20, por exemplo, tem a suspensão traseira mais dura que a da M37. Até em relação a picapes como a S10 e  Ranger a traseira da M37 pula pouco. Além do acerto na suspensão, colabora para isso o peso da caçamba, pois se trata se um veículo militar feito de uma chapa mais espessa que a de picapes para uso civil.

Dodge M37

E o curso da suspensão da M37 é razoavelmente maior que o de uma D20 ou S10. Claro que ela não possui o conforto destas picapes e o interior da cabine é espartano como em todo veículo militar das décadas de 1950 e 1960. Os bancos e os comandos não são nada ergométricos.

Originalmente a Dodge tinha um motor projetado na década de 1930 denominado T245 a gasolina, de 6 cilindros com 3.772 cm3, 78 hp a 3.200 rpm (norma SAE) e caixa de câmbio de quatro marchas. Segundo a Dodge, o consumo na terra era de 39 litros a cada 100 km, ou 2,56 km/l! Com o tanque de 90 litros a automonia era de apenas 240 quilômetros. Em 1985, a parte mecânica foi reformada parcialmente (o termo usado pelo Exército é “repotencializada”) e seu motor foi trocado por um a diesel, da marca Perkins, com quatro cilindros, 3.800 cm3 e 86 cv a 3.000 rpm (norma DIN). É o mesmo da picape D10, denominado Q20B/4236. O câmbio passou a ser um Clark de cinco marchas. O tanque foi trocado por um de 86 litros e o consumo na terra passou a ser de 6 km/l.

 

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A reduzida tem uma relação de 1,96:1 e tanto ela como a tração 4×4 devem ser ligadas e desligadas com o veículo totalmente parado. O sistema elétrico é o original de 24 volts.

A M37 já passou por várias unidades do Exército e atualmente encontra-se na Coudelaria de Campinas. Se você não sabe o que é coudelaria, é o local onde se procriam e treinam cavalos. É o mesmo que haras. Não conte para ninguém, mas eu também não sabia o significado da palavra até há pouco tempo atrás. O local já foi usado para provas da Copa Troller.

Dodge M37

A picape é utilizada nos serviços do dia-a-dia da Coudelaria e é constantemente vista na cidade a serviço. E é óbvio, por onde passa chama a atenção de jipeiros e não-jipeiros. Seja pelas linhas antigas e diferentes, seja pelo estepe localizado na porta do motorista. Abrir esta porta é uma verdadeira aula de paciência: primeiro abre-se o porta-estepe (com cuidado para não acertar o carro estacionado ao lado e causar um belo estrago) e depois a porta. O estepe posicionado na porta atrapalha o abre-e-fecha, mas é útil para proteger o motorista de armas de baixo calibre em caso de conflito, coisa que provavelmente a M37 não verá mais.

Dodge M37

Ela não tem mais fôlego para conflitos, mas ainda tem muitos anos de vida pela frente, num ritmo mais lento que seus semelhantes mais modernos, dotados de modernos motores turbo diesel de injeção direta e controlados eletronicamente. E com comodidades como ar condicionado e direção hidráulica, entre outras.

Mas a Jabiraca continuará trabalhando e chamando a atenção com todo o seu charme e rugas que o tempo lhe deu, a valentia que o fabricante lhe dotou e o Exército Brasileiro aumentou com o motor a diesel e o câmbio de cinco marchas.

E embora falte fôlego para as guerras atuais, sobra para aventuras no fora-de-estrada.

por: Eduardo M.P. Dantas
agradecimentos: Exército Brasileiro, 28ª Brigada de Infantaria Leve (BIL) – Campinas e Coudelaria de Campinas

 

 

 

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