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Devasso
A construção do CJ ‘Devasso’ pode ser considerada um marco no off-road brasileiro. Razão para isso não falta, do motor aos eixos, foi tudo feito ao extremo!
O apelido do Jeep é Devasso! Precisa dizer mais? Precisa. Com todo o aparato de modificações que o CJ recebeu, é impossível não falar mais a respeito. Pode-se dizer inclusive que não são simples modificações e sim um carro construído praticamente do zero.
O Jeep CJ5 ano 1958 de Ramiro Eli já passou por uma série de configurações. De original já passou por motor retrabalhado, eixos de Dana 44 com bloqueio, câmbio e caixa de transferência da Bandeirante e por aí vai. Mas foi no final de 2006 que a coisa tomou um rumo digamos, mais radical, quando Ramiro encontrou um par de eixos de Unimog em um desmanche. A partir daí a transformação do CJ deu um salto e começou a existir o Devasso como conhecemos hoje.
Os eixos do caminhão Mercedes Unimog 411 estavam há vários anos parados. Claro, uma revisão geral foi necessária, mas pelas qualidades dos eixos, valeu a pena o sacrifício. Eles possuem entre outras vantagens, o fato de serem pórticos – aumentando o vão livre em seis polegadas -, de ter uma espécie de reduzida com relação 2,13:1 nos portais (além da relação de 3,54:1 dos diferenciais) e já possuir bloqueios originais da Mercedes Benz. Sem contar é claro, a robustez que um eixo deste possui.
Para utilização dos eixos Unimog, o primeiro passo foi enviá-los para a Ensimec. Lá foi feita a revisão geral com troca dos parafusos e rolamentos. A empresa também foi responsável pela confecção do braço high steer e de novos cubos com furação Willys, que substituíram os originais. Esta alteração facilitou o problema de espaço entre as rodas para se colocar os freios a disco vindos da Hilux (pinças dianteiras), VW Santana (pinças traseiras), F1000 4×4 (discos) e Opala (cilindro mestre e hidrovácuo).
Outra grande transformação foi a construção de um novo chassi tubular (produzido pela Spider 4×4). Com esta utilização, conseguiu-se um jipe mais leve e rígido, deixando todo o trabalho de torção para a excelente suspensão, também criada pela Spider 4×4. O modelo utilizado foi um four-link com terminais rotulares e anti-squat (tendência da traseira do jipe levantar-se sob aceleração) ajustável. As molas foram feitas sob encomenda e trabalham com um kit Dual Rate Spring que permite a regulagem de duas molas (uma macia e outra mais dura). Os amortecedores são Coilover Rock Crawler 9100, com 17 polegadas de curso. Como o próprio Ramiro diz: “ter uma suspensão totalmente regulável é algo simplesmente espetacular! De forma relativamente fácil, é possível alterar a altura do carro, ângulo do pinhão e até a dureza das molas, alternando a posição das molas macias”.
Com todo este arsenal, os pneus não podiam ficar para trás. A escolha de Ramiro foi um jogo de Super Swamper Bogger 37x13R15 (que pouco antes de fechar esta edição, ficamos sabendo que já foram substituídos por TSL de 42 polegadas!) e rodas Mangels Daytona 15×10 com bead lock da RC4x4.
Você deve estar se perguntando: o que será que empurra um CJ com eixo de caminhão e pneus enormes? A resposta é simples, o conhecido motor GM 6 cilindros do Opala! O detalhe é que ele recebeu um ótimo trabalho que o tornou um 4.4 que gera 190 cv a 3.300 rpm e torque de 42,7 kgfm a 3.200 rpm. O motor GM recebeu comando Crane 268º Hi Torque Off-Road, válvulas 50 x 40 mm e carburador Weber 44 IDF niquelado. A preparação não para por aí e inclui turbo GTS 63 com válvula de alívio incorporada trabalhando com 0,9 kg de pressão.
Um câmbio automático de quatro marchas da GM Blazer (modelo 4L60E) foi a opção ideal para o Devasso. O câmbio é eletrônico e possui módulo TCI programável que possibilita ajustar o regime de rotações que o motor irá trabalhar e vários tipos de acertos como a velocidade que as marchas serão engatadas e o tempo que o câmbio deve ´patinar’ entre as trocas de marchas. O câmbio é conectado, com um kit Novak, a uma T-Case Atlas II. Sonho de consumo para jipeiros, esta caixa de transferência é praticamente indestrutível e ainda permite escolher individualmente qual eixo será tracionado. Ele tem duas alavancas que controlam separadamente o eixo traseiro e o dianteiro.
No final, não se tem apenas a t-case como sonho de consumo. Ele se transformou em um modelo desejado e admirado por qualquer apaixonado por off-road. Sem dúvida, o Devasso é o que todo jipe quer ser quando crescer.
Ficha Técnica
Motor
GM 4.4, de seis cilindros em linha, comando Crane 268° Hi Torque Off Road, cabeçote retrabalhado em banco de fluxo, válvulas 50 x 40mm.
Potência: 191 cv a 3.300 rpm
Torque: 42,7 kgfm a 3.200 rpm
Taxa de compressão: 9,7:1
Transmissão
Câmbio 4L60E (GM Blazer) com kit Novak CA/T-case e Módulo TCI programável.
Caixa de Transferência: Atlas II
Eixos Unimog 411, portais com relação final 7,56:1.
Freios
Dianteiro: a disco, pinças Hilux e discos F1000 4×4.
Traseiro: a disco, pinças Santana e discos de F1000 4×4.
Direção
Full Hydro com caixa orbital Danfos 80cm³/rev. e cilindro Ensimec. 3,5 voltas de batente a batente.
Suspensão
Four link com terminais rotulares, anti-squat ajustável, amortecedores Coilover Rock Crawler 9100, Dual Rate Spring Kit e molas feitas sob encomenda.
Pneus e Rodas
Pneus Super Swamper Bogger 37x13R15
Rodas Mangels Daytona 15×10 com bead lock RC4X4
Elétrica
Alternador: 120Ah
Bateria: 75Ah – 920Ah CA
Chave geral: 1000Ah
Chassi
Tubular Spider 4×4 com gaiola integrada (6 pontos de fixação).
Guinchos
Frente: Warn 9.5XP
Traseira: Ramsey REP 6.000
por: Adriano Rocha
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