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Transamazônica 2009
Pernambucano transformou a aventura dos seus sonhos em um projeto que pretende levar, anualmente, novos aventureiros aos caminhos off-road da Amazônia
Tudo começou em 2008, quando o pernambucano Sérgio Holanda organizou a “Expedição do Frevo – Transamazônica”. O objetivo – grande sonho do aventureiro – era reunir amigos em torno da aventura de percorrer os caminhos do famoso Camel Trophy, na região amazônica brasileira. O que era a realização de um sonho acabou virando um projeto: Holanda gostou tanto da aventura, que agora pretende reunir, anualmente, novos grupos para repetir a dose.
E a primeira viagem do projeto já rolou: foi em fevereiro de 2009. A data não foi escolhida à toa: segundo jipeiros da região, aquela era a época com a maior concentração de chuvas e, para Holanda, “quanto pior, melhor!”. O trajeto também foi escolhido a dedo: partindo de Nova Mutum, o grupo seguiu pela BR 163 (Cuiabá – Santarém), até Itaituba; de lá, pela BR 230 – a lendária Transamazônica -, seguiu até Humaitá; e, completando o roteiro, BR 319 até Manaus, final da aventura.
O grupo deste ano foi selecionado através da internet e contou com cinco carros e 12 pessoas, de diversas partes do país e até da Argentina. Os aventureiros se encontraram em Nova Mutum-MT, no final da primeira quinzena de fevereiro, de onde partiram para a sonhada viagem.
O trecho off-road pela BR 163 foi iniciado após um primeiro pernoite em Guarantã do Norte. A chuva constante proporcionava trechos escorregadios e alguns atoleiros localizados, mas nada que exigisse maiores esforços dos 4×4. Como em toda expedição, probleminhas corriqueiros não demoraram a aparecer: um rack que começou a se desprender aqui, um pneu furado acolá, um problema mecânico mais adiante, mas nada que tirasse o entusiasmo dos participantes. Nesta primeira fase, o grupo pernoitou em Castelo dos Sonhos – não sem antes visitar a cachoeira do Curuá -, e na Vila do Caracol, antes de chegar, finalmente, a Itaituba.
O primeiro trecho na Transamazônica levou os aventureiros de Itaituba a Jacareacanga. Para decepção de todos, a estrada estava “boa”, ao contrário do que era na década de 90, quando “intransitável” era um elogio para o trecho. No segundo dia, o objetivo era Humaitá, mas os jipeiros acabaram ficando em Apuí, local em que chegaram na hora do almoço. Lá, foram recebidos pelo Prefeito local, que os convenceu a pernoitar e participar do Baile de Carnaval da cidade. Alguns integrantes do grupo acabaram, inclusive, como jurados do desfile das escolas de samba!
O próprio Sérgio Holanda fala sobre uma particularidade desta cidade:
“Apuí é um lugar ímpar na Amazônia; isso porque foi colonizada por paranaenses e gaúchos. Por ficar relativamente longe dos grandes rios, não existiam índios ou caboclos, não havendo mistura de povos no começo. Então a cidade lembra muito as organizadas e pacatas cidades do Sul; nem parece que estamos na Amazônia.”
O trecho até Humaitá foi feito sob muita chuva, com direito a diversos atoleiros e travessia de balsa (deslocada manualmente!). Neste dia, puderam ver de perto o sofrimento dos caminhoneiros que trabalham pelas estradas da região, vários atolados havia dias, alguns inclusive presos em grandes valas. O dia foi longo e, após a passagem por uma reserva indígena, o grupo atingiu seu objetivo por volta das 9h da noite.
Na cidade, o encontro com uma equipe do Jipe Clube de Manaus, que fazia o trajeto em sentido contrário, e mais uma decepção: a BR 319, até Manaus, também estava “um tapete”!… No dia seguinte, ainda em Humaitá, um almoço para se despedir do casal argentino, que teria que se desligar do grupo naquela data. A viagem seguiu, das duas da tarde até o início da noite, quando os remanescentes acamparam em um sítio, à beira de uma bela lagoa.
Na manhã seguinte, um contratempo mecânico que atrasou a viagem em um dia: parte do grupo foi até Porto Velho para adquirir a peça necessária ao veículo avariado. Nesta ocasião, o grupo perdeu mais um dos seus membros: o mineiro David teve que retornar a Belo Horizonte/MG, onde compromissos profissionais o aguardavam.
Após o reparo, feito no próprio acampamento, o comboio seguiu ao encontro de um dos carros, que já havia se adiantado, seguindo em direção a Manaus. Depois de mais um pernoite na estrada, e outro em Careiros, os aventureiros finalmente atingiram o objetivo final da Expedição Transamazônica 2009, não sem antes “brincarem” bastante na sequência de atoleiros formada nos 190 quilômetros que antecederam a chegada à capital do Amazonas.
Finalizada a expedição ‘oficial’, o grupo se desfez e cada integrante retornou à sua cidade de origem pelo meio que considerou mais conveniente. Holanda, a exemplo do que havia feito no ano anterior, optou por retornar por Santarém e Marabá, através da Trans-Uruará, rodovia de madeireiros, empreitada na qual foi seguido pelo casal Venson. Foram mais alguns dias de aventura – talvez, ironicamente, os mais difíceis da viagem, com direito a trechos péssimos e um carro com tração quebrada. Mas, no final, tudo deu certo e ficou aquela gratificante sensação de dever cumprido e novas amizades conquistadas!
Em 2010 tem mais; o próprio Holanda anuncia as novidades: “o projeto será realizado nos meses de março e abril, e provavelmente incluirá duas expedições: uma nos moldes das anteriores, percorrendo outro trajeto do Camel Trophy e englobando os já realizados; e um trajeto extremo, intitulado “Amazon Challenge – Branches of Hell!” – uma trilha em pleno ramal de garimpo, com mata fechada e muitos desafios. Serão 80 quilômetros de aventuras em cerca de 12 dias, totalmente a mercê da Natureza.” Alguém se habilita?
Dados da Expedição
Participantes: 12 pessoas, em 5 veículos:
Sérgio Holanda e Marcos Gomes (Pernambuco) – Toyota Hilux SR5 1999 (motor de 120 cv, suspensão de competição foam cell, da marca australiana Ironman)
Daniel Steola (Maranhão), Guillermo Loza (Argentina) e David Marcelino (Belo Horizonte) – Nissan XTerra 2005 (lift de 3” na traseira e 2” na frente)
Eladio Scalamogna e Ilama Glenda (Argentina) – Toyota Hilux SR5 CS 1994 (feixes de molas extra, dando lift de 2”)
Bruno Sander, Diogo e Fernanda (Belo Horizonte) – Nissan Frontier SEL 2008 (lift de 3,5” e com 243 cv)
Volmir e Irene Venson (n.i.) – Troller T4 2008 (original)
9.500 km de estradas; mais 1.000 km de balsa (Organização).
Menor temperatura: 24 graus.
Maior temperatura 52 graus.
Custo médio por carro, com duas pessoas: R$ 8.000,00 (combustível, pernoites e alimentação).
Dicas
Para os que pensam em conhecer a região, mas querem muito off-road no caminho, a sugestão é ir após março, pois, no início das chuvas, as estradas nem sempre estarão muito estragadas.
Na BR 230 – Transamazônica -, passe pelo menos um dia e uma noite em Apuí, uma cidade organizada e bem ao estilo sulista, que possui cachoeiras para serem visitadas e o famoso restaurante da Mama, com uma comida caseira sem igual na região Norte. Sem falar que o Prefeito Marquinhos é jipeiro e terá a maior satisfação em receber os aventureiros que por ali passarem.
Reserve alguns dias em Manaus para passeios de baiteiras, banho de rio com os botos, zoológico da cidade e o imperdível Teatro Amazonas, símbolo da riqueza da borracha.
Em Santarém dê uma fugida de uns dois dias para Alter do Chão. Imperdível o pôr-do-sol no rio.
No trajeto pela BR 319, procure saber as condições da estrada. Não se deve andar sozinho, uma vez que, no caso de algum problema com o veículo, corre-se o risco de ter que esperar por vários dias até que um outro veículo passe. Leve comida e água para cinco dias, pelo menos, e considere que o consumo médio nesse trajeto é de 100 litros de diesel.
Não é mais permitido acompanhar os veículos nas balsas. Então, nestes casos, programe-se para ir de barco ou avião.
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