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Camel
Janeiro 24, 2011

Mineiros no buraco

Grupo de Jipeiros de Minas enfrenta a temida trilha Buraco do Camel em SP 

Eram 9h00 quando saímos de Belo Horizonte com destino ao Posto 41, em São Paulo. Nosso objetivo? Enfrentar a temida trilha Buraco do Camel. Pernoitamos no Posto 41 – ponto de apoio para quem encara o desafio – debaixo de muita chuva. Os comentários eram animadores: “é melhor fazer outra trilha” ou “vocês estão loucos, olha a chuva”.  

A ideia era estar na boca da trilha as 6h00 mas, como jipeiro não nega a raça, só conseguimos sair as 7h00, após longa conversa com amigos paulistas e últimas preparações nas tralhas. Estávamos preparados para passar três dias na trilha, tamanha a quantidade de material dentro dos carros entre comida, água para beber e para os carros, rádios de comunicação, lanternas, ferramentas, cintas, anilhas, patescas, bateria reserva, cabo de aço reserva, barraca, roupas, afinal estávamos a caminho de um dos maiores desafios da região. 

Camel

Os paulistas nos acompanharam até o início da trilha para ver nosso desempenho nos primeiros atoleiros. Antes mesmo do primeiro atoleiro, descubro que não tinha abastecido a Explorer. A ajuda já começou aí, angariando a maior quantidade de gasolina possível nos carros que não seguiriam a trilha. Gasolina a postos e partimos para o primeiro atoleiro. Nessa hora os primeiros quatro carros do comboio já avançavam trilha adentro, quando tivemos a primeira baixa da turma. A Explorer do Bonfim teve problema no alternador no meio de uma grande poça de lama. Com a ajuda dos amigos paulistas que nos acompanhavam no início da trilha, a Explorer foi devidamente acompanhada de volta ao posto 41. Logo após essa poça de lama, outra baixa, nosso amigo Vovozão ouvindo estalos na homocinética de seu Troller, optou por ajudar o Bonfim e retornar ao posto 41. 

Loja Planeta Off-Road

Seguimos então, eu de Explorer e o Novaes com seu Troller, Camel adentro, nos deparando a cada 30 metros com um novo atoleiro, um pior ou “melhor”, que o outro. Para quem está acostumado com as trilhas de erosões como as da região de Belo Horizonte, aquilo era uma grande novidade. Nunca os guinchos trabalharam tanto, era entrar nos atoleiros até onde era possível e sair guinchado. Luz de bateria acendendo, usando patesca em alguns pontos, sempre com o cuidado de usar cintas nas árvores, paradas para lavar o radiador e alternador na tentativa inútil de retirar o excesso de lama. Fomos avançando até cruzar com outra turma de jipeiros que faziam a trilha em sentido contrário. Segundo informações aquele era o “último” atoleiro e logo chegaríamos às erosões.  

Enfim a famosa subida em erosão do Camel. Não é uma subidinha qualquer e nem uma erosãosinha qualquer. O lugar é animal, mas essa é nossa “praia”. Não poderia ser diferente, com orientação dos zequinhas mineiros experientes neste tipo de terreno, passamos e bem pelo local. 

Se após a erosão os atoleiros tinham acabado, agora a coisa ficaria mais fácil. Para ajudar a Explorer apresentou um vazamento de óleo do câmbio automático. Apesar da informação sobre o fim dos atoleiros, eles apareciam um após o outro, literalmente intermináveis. A cada pergunta sobre o final da trilha, sempre a mesma resposta, faltam uns dois quilômetros.  

Camel

O jeito foi fazer uma pausa para uma bela refeição preparada pelo ‘Chef Daniel’ com suas guloseimas defumadas, queijos e salaminhos para recobrar as forças e o ânimo. Neste ponto nosso amigo Edvaldo da Suzucar apareceu de moto e prontamente se ofereceu para buscar óleo de câmbio, pois iríamos precisar. 

Seguimos adiante até encontrar com nosso amigo Mirim, que estava com o primeiro grupo, mas teve dois pneus destalonados. Com ajuda dos zequinhas – mineiros e paulistas – seguiu conosco enfrentando aquela lama interminável. Com aqueles pneus 35” que mais pareciam de trator, chegou a humilhar a Explorer e o Troller do Novaes com os 33”.  

Ao chegar ao famoso Buraco do Camel, a visão é um pouco assustadora. Tudo bem que não tem muito o que fazer, é colocar o carro no trilho e deixar descer até bater na lama lá embaixo, no melhor estilo montanha russa. 

A noite foi caindo e a rotina não mudava, os zequinhas trabalhando e muito a cada atoleiro, a escuridão tomando conta. Dizem que minha performance off-road melhorou depois da escuridão pois eu não estava enxergando nada, mas é óbvio que estavam exagerando. 

Quando menos esperávamos, o tão sonhado final da trilha. Isso mesmo, tínhamos vencido o Camel em um dia, mesmo com todos os problemas normais do percurso, contrariando os teóricos que afirmaram categoricamente que seria impossível uma Explorer fazer esta trilha, ou mesmo que não sairíamos de lá tão cedo. As 11h da noite estávamos de volta ao posto 41, cansados e com sono, mas com nosso desafio cumprido. 

 

 

 

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