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Jimny, brasileiro e sem concorrente
Jimny ganha nacionalidade brasileira e chega para conquistar uma fatia de mercado onde não há concorrência
Como prometido em 2010, a Suzuki já está produzindo o Jimny no Brasil. O novo modelo que, por enquanto é montado na fábrica da Mitsubishi em Catalão/GO, chegou com algumas pequenas mudanças estéticas, mas mantém o DNA do Jimny.
O novo Suzuki Jimny é praticamente o mesmo que foi comercializado no país antes da montadora japonesa deixar o mercado brasileiro. Principalmente em sua essência simples, despojada e robusta. Nacionalizado, o pequeno jipe ganhou um novo desenho da grade dianteira e faróis, a frente está um pouco mais alta e o capô agora conta com scoop em toda linha. A estrutura da construção sobre chassi continua assim como o motor 1.3 com bloco de alumínio.
A simplicidade pode ser notada em tudo no Jimny, o que para uso intenso fora de estrada pode significar milhares quilômetros a mais sem manutenção e sem problemas. O modelo não oferece freios ABS e nem airbags. Não existem ajustes de altura do banco e nem de profundidade de direção. Porém, a personalidade do Jimny passeia por estas características. Quem procura um jipe como o Jimny já tem em mente um carro simples, mas divertido e muito robusto.
A Suzuki já percebeu que em todos os países onde o Jimny é sucesso de vendas, seu uso baseia-se na robustez e despojamento e vai reforçar essas características aqui no Brasil. Um exemplo é a construção da carroceria sobre chassis e a suspensão 3-link composta por eixos rígidos com molas helicoidais, tanto na dianteira como na traseira.
O motor ainda é o mesmo desde 2001. Trata-se de um propulsor 1.3 litros com bloco de alumínio e 16 válvulas. Seus 85 cv são suficientes para empurrar o pequeno Jimny com seus 1.060 kg. Mas não se engane, é preciso pisar fundo para o veículo responder. O torque máximo de 11,2 kgfm fica disponível com giro de 4.100 rpm e a potência máxima só é atingida aos seis mil giros. Segundo a Suzuki, há estudos para apresentar novidades no motor com a introdução de opção flex. O mesmo não acontece com o câmbio. A montadora não dá nenhum sinal de oferecer câmbio automático ficando mesmo com a caixa manual de cinco marchas. A tração conta com caixa de transferência remota com transmissão por correia. A relação de redução de 2,002 deixa o Jimny, quando em 4×4 Low, apto a vencer grandes inclinações. O acionamento é eletrônico por meio de botões no painel, é possível acionar a 4×4 high com o veículo a até 100 km/h. A roda-livre é automática com acionamento pneumático.
O Jimny é pequeno e ágil. Isso ajuda muito no uso urbano e nas trilhas. Seu raio de giro é de apenas 4,9 metros e os ângulos de ataque e saída ficam em 45º e 51º respectivamente. Mas um carro com 3,6 metros de comprimento e largura de 1,6 metros é pequeno também por dentro. Para quem vai nos bancos dianteiros, o espaço reduzido é mais notado lateralmente e muitas vezes o cotovelo insiste em bater na porta. Para quem viaja atrás, a falta de espaço é mais notável e incômoda. O porta-malas de apenas 113 litros é mínimo. Mas, mais uma vez, a lógica da escolha de um jipe como o Jimny coloca seus pontos negativos em segundo plano. Para duas pessoas, o conforto fica próximo ao aceitável e os bancos traseiros podem ser rebaixados para aumentar a capacidade do porta-malas.
Andamos na versão 4Work, a nosso ver, ideal para quem quer realmente colocar seu Jimny na trilha. Parecido com a versão 4Sport, porém com retrovisores na cor do veículo e forração interna impermeável.
Equipado com o pneu opcional (BF Goodrich Mud Terrain T/A 215/75R15), o Jimny provou a valentia tanto em estradas de terra como em trilhas técnicas com pedras, erosões, lama e subidas e descidas íngremes. No uso off-road, o Jimny tem a vantagem na agilidade e tamanho quando em uso urbano. Na estrada, principalmente com os pneus Mud, o desempenho deixa um pouco a desejar.
De forma geral o Jimny tem qualidades de sobra para emplacar no Brasil. Mas estas qualidades, e também os defeitos, são bem específicos e é preciso apenas achar seu público certo. Apesar de ser o jipe mais barato do Brasil, os quase R$ 62 mil não é pouco dinheiro. Mas vale cada centavo se você tem a intenção real de colocar o pequeno jipe na trilha, mesmo porque, na mesma faixa de preço, não existe outra opção.
Quase cinco décadas de história
O nome Jimny no Brasil é até recente, mas, mundo a fora, esta designação já faz parte da história do automobilismo. Isso porque, apesar do termo Jimny só começar a ser usado por aqui em 1998, o modelo foi criado em 1965 pela Hope Motor Company. O Hopystar ON360, como foi apelidado, tinha motor dois cilindros de 359 cilindradas e potência de apenas 21 cv.
Mas o modelo só começou a ser comercializado em 1968, mesmo ano que a Suzuki adquiriu a Hope Motor Company. Dois anos mais tarde, a Suzuki apresentou o novo modelo LJ10 com peso de 600 kg e motor dois tempos que gerava 25 cv de potência. Foi o passo inicial para colocar o Jimny (que no Brasil chegou com o nome de Samurai) em 188 países.
Ficha Técnica
Motor
Dianteiro, longitudinal, 1.3 litros, 4 cilindros em linha, 16 válvulas. Injeção eletrônica multiponto sequencial, bloco de alumínio
Cilindrada: 1.328 cm³
Potência: 85 cv a 6.000 rpm
Torque: 11,2 kgfm a 4.100 rpm
Taxa de compressão: 9,5:1
Transmissão
Câmbio manual de 5 marchas mais ré
Tração: 4×2 traseira, 4×4 e 4×4 reduzida com acionamento eletrônico
Roda-livre automática (pneumática)
Relação da t-case: normal 1,000 / reduzida 2,002
Direção
Tipo pinhão e cremalheira com assistência hidráulica
Diâmetro de giro: 4,9 m
Suspensão
Dianteira: 3-link com eixos rígidos e molas helicoidais
Traseira: 3-link com eixos rígidos e molas helicoidais
Freios
Dianteiros: discos
Traseiros: tambor
Rodas/pneus
Roda aro 15 em liga-leve
Pneus BF Goodrich Mud Terain T/A 215/75R15
Dimensões e capacidades
Comprimento: 3.645 mm
Largura: 1.600 mm
Altura: 1.705 mm
Entre-eixos: 2.250 mm
Vão livre mínimo do solo: 200 mm
Peso: 1.060 kg
Tanque de combustível: 40 litros
Velocidade máxima: 146km/h
Consumo: 9,5 km/l (urbano) / 11,4 km/l (estrada)
Ângulo de entrada: 45º
Ângulo de saída: 51º
Porta-malas: 113 litros
por: Adriano Rocha
fotos: Murilo Mattos
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