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TAC 2015
Maio 18, 2015

Transamazônica Challenge 2015

A maior expedição off-road do Brasil volta a enfrentar lama e serra 

Já são oito anos e dez expedições pelo Norte do Brasil, sendo nove TACs (nome dado à expedição a partir de 2009), e a cada ano, uma nova experiência, um trajeto diferente e surpresas. A TAC 2015 foi a mais tranquila já realizada, visto que, pela primeira vez, foi dividida em três fases. Cada participante participou da fase que mais se adequou a sua paixão off-road. Tínhamos muita lama na Fase 1; pedras, rios e montanhas na Fase 2 e, na Fase 3, lama, trechos escorregadios e muita selva amazônica com belíssimas imagens da floresta. 

Fase 1 – Diversão na lama 

A Fase 1 ficou reservada para os que gostam de muita lama, atoleiros e trabalho em equipe. O primeiro local de divertimento foi a estrada para Lábrea. São 210 quilômetros de ida e mais 210 de retorno, afinal Lábrea é a última cidade da famosa BR 230 e lá a estrada acaba. O percurso, quando chove, pode levar de 18 horas a três dias. Em determinados períodos, com muita chuva, é impossível chegar lá. Este ano choveu pouco, mas nem por isso o divertimento foi menor. Levamos 14 horas para percorrer os 210 quilômetros, sendo, 100 quilômetros de estrada muito boa, 30 de asfalto novo e 10 de buracos. Sobram 60 quilômetros de trechos com atoleiros, que foram responsáveis por 12 horas do nosso trajeto de ida. Tirando a balsa que precisamos atravessar no meio do caminho e perdemos cerca de 30 minutos. Três atoleiros nos seguraram um pouco, mas um deles nos prendeu por mais de seis horas numa grande diversão. Nosso retorno foi ainda melhor. Como estava chovendo, os atoleiros ficaram mais pesados e levamos umas 20 horas para retornar. 

TAC 2015

Após retornarmos de Lábrea, nos preparamos para seguir pela BR 319 em direção a Manaus. São 600 quilômetros de estrada abandonada, quase toda asfaltada, mas com cerca de 160 pontes precárias de madeira, alguns atoleiros e muitos buracos. Para percorrer esse trecho levamos cerca de três dias e fizemos dois acampamentos na base de torres de telefonia abandonadas. Uma viagem incomum, mas gratificante pela beleza que encontramos no caminho e pelos obstáculos off-road até Manaus, destino da primeira fase. 

Loja Planeta Off-Road

Fase 2 – Subindo em direção ao céu 

A Fase 2 da TAC se passa na Venezuela. Saímos de Manaus e pegamos 1.000 quilômetros de asfalto em direção à fronteira e, depois, mais 280 quilômetros de trilhas até Santa Helena, na Venezuela. A característica principal desta fase foram as grandes subidas e descidas íngremes em terra batida e cascalho solto, além das travessias de pequenos rios e valas enormes onde arrastávamos a frente e a traseira dos veículos constantemente.  

Como andamos muito em cima de pedras, os veículos foram testados ao máximo, exigindo muito da tração. Com isso, logo no começo, ficamos sem a Nissan Frontier do Leandro Mota, que quebrou a roda livre. Para os novatos, neste tipo de trilha o medo é uma constante, afinal, um erro pode resultar em quedas com mais de 100 metros de altura. Além disso, quebrar o veículo nesse lugar é um grande pesadelo. Nosso objetivo foi chegar à Serra do Sol e o mais próximo do Monte Roraima usando nossos veículos. Pelo caminho, vivenciamos uma paisagem fantástica, com belas cachoeiras e noites frias com céu tão estrelado que iluminou o firmamento como uma aurora boreal.  

TAC 2015

Foram cinco dias de trilhas e quatro noites acampados. Atravessamos matas com riachos estreitos, subimos e descemos paredões de rocha, ladeiras escorregadias e paisagens belíssimas. O medo se transforma em prazer ao vivenciar aquela trilha. Foram dias fantásticos e que valeram cada momento de tensão e adrenalina.  

Fase 3 – Lama e Selva 

Após retornar da Venezuela, o grupo que participou da Fase 2 e alguns da Fase 1 se despediu da organização da TAC. Nós aguardamos a chegada de dois veículos para se juntar a nossa ultima empreitada na TAC 2015: desbravar um novo roteiro pelas estradas de madeireiros e garimpos da região, que estão abandonadas há algum tempo.  

Nossa aventura começou em uma balsa no porto de Manaus em direção a Juruti, cidade no meio do Rio Amazonas que hoje possui uma das maiores reservas de Bauxita do Brasil. Chegando a Juruti, um dia de descanso para consertar o alternador do meu carro e no dia seguinte começar nossa aventura por cerca de 300 quilômetros de estradas abandonadas, com lama e muita árvore caída no caminho, sendo necessário o uso de motosserras para seguir em frente. Foram dois dias acampando no trajeto e mais de 60 quilômetros dirigindo no meio das árvores. Os galhos arranhavam as laterais dos carros e traziam o risco das cobras e aranhas que caíam das árvores. Fora as formigas, que nos castigavam quando descíamos dos veículos para cortar alguma árvore caída. 

TAC 2015

Após finalizarmos esse trajeto até a cidade de Itaituba, no Pará, seguimos para Alter do Chão, uma paradisíaca vila próxima a Santarém, conhecida como a Caribe dos Rios. 

Descansamos um pouco até pegarmos a famosa TransUruará, uma estrada que liga Santarém a Uruará e que, nesta época do ano, fica extremamente escorregadia, com grandes poções de lama e muitos atoleiros. Foram cerca de 10 horas para rodar 120 quilômetros. Isso porque não atolamos nossos veículos. Éramos quatro carros e não chovia há quatro dias, o que deixava os atoleiros mais visíveis e assim com mais opções de passagens.  

A TAC 2015 foi composta, no total, por 16 veículos, de várias marcas e com performances diferentes. Em termos gerais foi uma TAC mais tranquila, em função das poucas chuvas contínuas desse ano, o que não deve se repetir no próximo ano devido às características climáticas dos últimos anos. Outro fator foi ter divido a expedição em três fases, evitando o desgaste dos veículos e participantes, o que diminuiu o tempo em oficina para reparos. Outra vantagem da divisão foi possibilitar aos participantes a escolha de qual aventura participar. Antes eram necessários cerca de 30 dias de disponibilidade e agora, com 12 dias foi possível vivenciar a adrenalina da maior expedição off-road do Brasil. 

por: Sérgio Holanda

 

 

 

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