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Marruá chega renovado e (ainda) bruto

Andamos na nova geração do Marruá e confirmamos: o 4×4 da Agrale continua valente 

O Marruá nasceu para ser um 4×4 de uso militar e depois estendeu suas aptidões ao mercado civil – neste caso, para empresas e instituições que necessitam de um veículo para trabalho pesado. Muito pesado! Para aguentar essa ‘pegada’ dura, o 4×4 da Agrale tem que ser forte. Por causa dessa robustez, o Marruá acabou virando um sonho de consumo do jipeiro.   

Com a criação da nova geração do Marruá, a Agrale inverteu esse processo e criou, primeiro, as versões civis da linha. Não que sua vocação tenha mudado. A empresa, apenas, quis ganhar tempo, enquanto faz o processo de homologação do uso militar, já colocando o veículo à disposição do mercado civil – e aqui estamos falando nas empresas já que a Agrale não tem intenção de brigar por uma fatia do mercado off-road recreacional. 

Outro ponto que coloca o Marruá na categoria de sonho é o seu valor de venda. A nova versão testada, AM200 com cabine dupla, tem preço inicial de R$ 197 mil que pode chegar a R$ 220 mil caso inclua alguns mimos como ar condicionado, kit multimídia e sensor de estacionamento.  

A segunda geração do Marruá foi projetada para manter a característica básica do veículo. Um 4×4 robusto, sem ‘frescuras’ e disposto a aguentar o trabalho pesado. O tipo de carro que os portugueses costumam definir muito bem como ‘puro e duro’. Porém, a nova geração chegou com um visual mais harmonioso e moderno. Internamente, ganhou espaço e acabamento melhorado. Por fim, o novo Marruá tem novo chassi e suspensão, o que o deixou um pouco mais confortável. 

Externamente, o Marruá passou por uma remodelada geral. Na dianteira, destacam-se a nova grade com o para-choque mais envolvente, e o capô com aplique preto com a marca Marruá estampada. O utilitário também apresenta novos para-lamas com degraus laterais na traseira que beneficiam o acesso à caçamba e que, junto com a nova e mais larga tampa traseira, tornam mais fáceis as operações de carregamento e descarregamento. Outro destaque é o novo conjunto ótico traseiro, com lanternas de LED com protetor. 

Muita coisa mudou também por baixo da nova carroceria. O chassi foi redesenhado e agora é menos rígido, suportando melhor as torções. A suspensão traseira foi reprojetada, ganhando amortecedores mais fortes que trabalham com sistema cruzado.  A suspensão dianteira é formada por eixo rígido Dana, barras horizontais/transversais do tipo Panhard e molas helicoidais. As rodas são de aço, com aros de 16 polegadas, e os pneus são radiais, nas medidas de 265/75R16” STR (com opção para 285/75R16” ATR ou MTR) para o Agrale Marruá AM 200 e 215/75R17,5” para o Agrale Marruá AM 300. 

Os veículos são equipados com tanque de combustível com capacidade para 100 litros, direção hidráulica, piloto automático, computador de bordo, tacógrafo eletrônico, bancos com apoio de cabeça, estribos, peito de aço, sistema de freios com ABS (sistema antitravamento das rodas) e EBD (distribuição de forças de frenagem) nos eixos dianteiro e traseiro. 

Os dois novos modelos AM 200 e AM 300 são equipados com motor diesel Cummins ISF 2.8 de 150 cv, com sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva) de pós-tratamento de gases e transmissão manual de cinco marchas Eaton. Dentre as inovações tecnológicas destacam-se a caixa de transmissão com reduzida, opcional no AM200 e de linha para o AM300 e a pré-disposição para blindagem. Internamente, o Marruá ganhou novo painel e maior espaço para o motorista e passageiro, tornando o interior mais ergonômico, confortável e moderno. 

Testamos todos esses atributos do Marruá em uma pista montada no terreno da fábrica em Caxias do Sul. Mesmo com a forte chuva que caiu sobre a cidade na noite anterior – o que deixou a pista ainda mais desafiadora – o Marruá andou tranquilo, enfrentando situações de lama, atoleiro, torções e rampas íngremes sem o menor sinal de fraqueza. Saímos de lá com a certeza de que o Marruá continua o mesmo touro grande e selvagem. Um pouco mais domável, mas ainda digno de ser um sonho de consumo para os off-roaders. 

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