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junho 29, 2016

Planeta Off-Road na Transamazônica Challenge

Fomos conferir de perto a aventura de percorrer mais de mil quilômetros pela região amazônica

Já se passaram mais de 45 anos desde que as primeiras máquinas começaram a desbravar a Floresta Amazônica para construir a BR-230, a famosa Transamazônica. A ideia era criar uma estrada asfaltada de ligação entre Cabedelo/PB e o Equador e o Peru.  Já na sua construção, o projeto original foi abandonado, o que levou o final da estrada para Lábrea/AM. Porém, quatro décadas depois, quem percorre esta estrada, e outras da região, continuam sendo desbravadores.  As condições das rodovias, principalmente na época das chuvas, transformam o que foi planejado para ser apenas uma viagem em uma grande aventura.

Foi em busca desta aventura que resolvemos participar da edição 2016 da TAC – Transamazônica Challenge. A bordo da Nissan X-Terra 2004 de Maurício Santos, saímos de Belo Horizonte/MG no dia 03 de março para rodar aproximadamente 3.300 quilômetros até Humaitá/AM, ponto de encontro com os outros participantes da TAC. Este trecho que, no planejamento, era para ser apenas um deslocamento acabou se transformando na primeira parte da aventura. Apesar da manutenção em dia e da revisão feita no carro antes da viagem, foram cinco dias de problemas. Desde prender um batente da suspensão a soldar um coletor que trincou. Mas, por fim, conseguimos sanar todos os problemas e chegar a Humaitá para, aí sim, começar a aventura chefiada por Sérgio Holanda.

Planeta Off-Road na TAC

Neste ano, as estradas não estavam em condições muito ruins. As poucas chuvas e a proibição de passar caminhões nesse período facilitaram a nossa vida. Mas, para quem queria mais desafio off-road, o organizador criou o RAID TAC, com provas de desafios entre os participantes, cronometradas, usando obstáculos naturais e equipamentos.

Transamazônica até Lábrea

A primeira parte da expedição percorreu um dos trechos que todo jipeiro gostaria de enfrentar, o percurso entre Humaitá e Lábrea, parte final da Transamazônica. Este trecho é considerado um dos mais difíceis da região, mas, com pouca chuva e manutenção em dia, o trecho deixou de ser um desafio. Mesmo assim, a chuva acompanhou o comboio e garantiu a diversão de todos na lama escorregadia. Com a realização das provas especiais do RAID TAC, passamos todo o dia na Transamazônica e chegamos a Lábrea já à noite.

Planeta Off-Road na TAC

A manhã do dia seguinte foi livre e boa parte dos participantes foi passear no Rio Purus. Após o almoço e a tradicional foto oficial na placa de Lábrea, era hora de voltar.  Partimos às 15h00 e seguimos por uma estrada esburacada e lenta até a travessia do rio, que contou com dose extra de adrenalina com a balsa encalhada com seis carros da expedição. Comboio atravessado, seguimos para a Fazenda do Isac para o primeiro acampamento. A empolgação foi grande e a farra, com direito a churrasco na chapa, seguiu noite adentro. Teve gente que varou a madrugada e já emendou a noitada com o café da manhã a base de cuscuz quente com manteiga da terra e carne assada.

Despedimos do Isac e seguimos rumo à Humaitá. No caminho, ainda, fizemos mais uma prova do RAID em uma estrada vicinal com vários alagados. Após a especial, o comboio retornou direto para Humaitá para descanso, compra de mantimentos e revisão dos veículos.

 

Loja Planeta Off-Road

 

Rumo à Democracia

Carros revisados e era hora de partir para a segunda fase da TAC 2016. O destino agora seria a cidade de Democracia para, de lá, seguir de balsa para Manicoré, do outro lado do Rio Madeira. Este trajeto foi feito utilizando a BR319, a chamada Rodovia Fantasma, que liga Humaitá a Manaus. A construção da estrada, nos anos 70, foi um desafio de engenharia devido aos longos trechos alagadiços e as grandes distâncias para levar o material de terraplanagem. Na década de 1980, a estrada foi aos poucos sendo abandonada e, segundo habitantes da região, foi destruída propositalmente por políticos de Manaus, que faturavam fortunas com o transporte fluvial. Para quem conhece a estrada não é difícil acreditar nesse fato. Observamos trechos destruídos por explosivos, o que acarretou a construção de mais de 130 pontes precárias de madeira, e outros trechos onde foram passados escarificadores para arrancar o asfalto, um verdadeiro crime ao patrimônio público.

Pegamos a BR319 cedo e, apesar da chuva fina, o piso estava seco e firme. Foi assim até a cidade de Realidade. Dali para frente a diversão começou a aumentar. A chuva ficou mais forte e pegamos bons trechos de lama e pontes precárias e escorregadias. Neste trecho fizemos um resgate ‘internacional’. Um casal europeu alugou um Duster em Manaus e, segundo eles, viram no mapa que existia uma BR e resolveram viajar de carro em direção ao Centro-Oeste. Com o início da chuva, era inevitável os atolamentos. Após retirar o Duster do atoleiro, seguimos viagem, mas logo paramos para montar nosso acampamento em uma torre da Embratel.

Planeta Off-Road na TAC

Ventos, raios e as chuvas que caíram durante toda a noite nos deixaram animados para começar o dia, com a expectativa de encarar atoleiros e alagados. Logo que saímos nos deparamos com o primeiro obstáculo, o que se repetiria ao longo do dia: um ônibus atolado. O veículo estava saindo do atoleiro quando chegamos. Apesar de passar por ele, paramos mais a frente para um ‘pipi-stop’ e o ônibus nos ultrapassou. O resultado, pegamos, logo à frente, o mesmo ônibus atolado em um desvio de uma ponte destruída. Foi preciso montar um plano de resgate com nossos carros fazendo ‘trenzinho’ para tirar o ônibus. Seguimos em frente e, alguns quilômetros à frente, encontramos outro ônibus. Dessa vez, o veículo estava caindo da ponte, que cedeu com seu peso. Os passageiros estavam há dois dias no meio da estrada, com pouca água e comida. Mais uma vez montamos uma operação de resgate e colocamos o ônibus em condições de seguir viagem.

Seguimos para o KM 300, na bifurcação para Democracia. A estrada que liga a BR 319 à esta cidade foi reaberta há poucos meses. Uma chuva forte caiu e transformou os 100 quilômetros do trajeto nos mais divertidos da expedição: andando a cerca de 60 km/h, 4×4 acionada e lama para todo lado. Foi um festival de derrapagens até Democracia, local onde acampamos. No dia seguinte, deixamos os carros e fomos para Manicoré de voadoras. Tiramos o dia seguinte de descanso para preparar para a viagem até Manaus pela BR319.

Planeta Off-Road na TAC

Manaus, o destino final

Alguns minutos nos separavam dos nossos carros. Atravessamos o Rio Madeira e começamos os preparativos para enfrentar a última parte da expedição. O dia amanheceu com sol e o caminho de volta foi bem tranquilo. Apesar de, ainda, termos resgatado uma picape, chegamos rápido à BR319, onde pegamos à direita rumo a Manaus. Poeira, estrada firme e logo chegamos à Igapó-Açu, onde almoçamos e nos divertimos com a presença de botos que atendem aos chamados das crianças da vila. Após passar a balsa, rodamos até Castanho para a última pernoite do roteiro da fase 1 da TAC 2016, antes de chegar ao nosso destino final, Manaus.

A Transamazônica Challenge 2016 foi uma expedição diferente. Devido às condições climáticas, com poucas chuvas este ano, a expedição não enfrentou grandes desafios off-road nos seus 1300 quilômetros percorridos. Porém, uma grande viagem pela Amazônia nos coloca em situações difíceis e nos transforma. Ainda pudemos apreciar a beleza da região e encarar todas as dificuldades que uma expedição desta nos proporciona, como a falta de estrutura, a convivência intensa, os problemas mecânicos e o cansaço.

Planeta Off-Road na TAC

 

 

 

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