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Nordeste: dois jipeiros, uma aventura

Dois jipeiros saem de São Paulo com suas famílias e percorrem 8 mil quilômetros de Troller e 11 mil de Vitara pelas praias do Nordeste do País

Dois Jipeiros de São Paulo, com suas famílias, organizaram e fizeram uma aventura pelo Nordeste durante o mês de dezembro. Depois de algumas conversas, pesquisas para o planejamento da viagem, colocaram seus 4×4 na estrada. Fábio, Andréa e seu filho de 1 ano Nicolas Vernizi foram com seu Troller e Maurício e Cristiane Chandrovski com seu Vitara.

Maurício saiu de São Paulo dia 25 de novembro, com destino à Chapada dos Veadeiros, onde a chuva em alguns trechos tornou a aventura com o 4×4 mais divertida. Da Chapada seguiram para Palmas e São Luiz do Maranhão. Neste trecho passaram por Bom Jesus das Selvas-MA, onde distribuíram as diversas roupas que juntaram para auxiliar as famílias mais necessitadas.

Depois de passear por Alcântara seguiram para os Lençóis Maranhenses, onde passearam com as Toyotas locais pelas lagoas. A aventura continuou para o Delta do Parnaíba por Barro Duro e Paulino Neves. Neste trecho, com o auxílio de um guia local, enfrentaram os maiores areões e não escaparam de quatro atoladas. Depois continuaram pelas balsas e praias do litoral Cearense até Jericoacoara e Fortaleza. Continuaram rumo ao sul, passando por Canoa Quebrada, dunas em Natal, Pipa, João Pessoa, Porto de Galinhas, e praias do Norte de Alagoas.

Fábio saiu de São Paulo no dia primeiro de dezembro, rodando 3.000 km direto até Recife. Logo no primeiro dia já acionaram o 4×4 e foram até a Praia do Sossego, na Ilha de Itamaracá, numa trilhazinha bem fácil e desfrutaram um maravilhoso pôr-do-sol ao lado do Forte Orange. Ainda em Recife, andaram pelas paisagens e ladeiras de Olinda e depois ao sul, na Praia de Gaibu.

A próxima parada foi em Porto de Galinhas, a praia mais badalada e visitada do verão nordestino, onde não é permitido andar com o 4×4 na areia, mas não faltaram emoções pelas piscinas naturais e estradas de terra para acesso às praias vizinhas.

Depois seguiram para Maragogi – Alagoas, onde fizeram grandes aventuras pelas areias das praias de Japaratinga, Barra Grande, Ponta do Mangue com suas paradisíacas piscinas naturais, Burgalhau. Nesta região, com um 4×4 é possível percorrer os 14 quilômetros de praia entre Burgalhau e Peroba na divisa dos estados Alagoas e Sergipe. Existem duas belas piscinas naturais pelo caminho, mas um cuidado importante é acompanhar o horário da maré, para se aventurar somente nas marés baixas.

Entre Porto de Galinhas e Maragogi, existe uma pequena e bela praia, ainda não muito explorada pelo turismo, mas que merece a incursão e não poderia ter passado despercebido. É a Praia de Carneiros, com mar aberto e um braço de mar que mais parece um grande rio de águas bastante tranquilas. Nesta praia um local bastante pitoresco é a Igreja de São Benedito, construída, de frente ao mar, no século 18.

Conforme planejado no início da viagem, os Vernizi seguiram para Praia do Carro Quebrado, próximo a Maceió, onde na estrada encontraram os Chandrovski. No passeio pelas piscinas naturais de Pajuçara em Maceió, conheceram o “Cardápio ao Vivo”, bem mais explicativo que em papel. Seguindo para o sul, pela bela estrada dos Coqueiros no litoral Alagoano, o próximo destino foi a Foz do Rio São Francisco. Numa aventura de 37 km pela praia e num horário que a maré começava a subir, foi bastante divertido andar pela areia mais fofa. Neste trecho de praia ainda existem os destroços de um navio, que pelas condições já está encalhado há muitos anos. Na Foz puderam se divertir entre a água doce, meio salobre do rio e a salgada com ondas do mar.

No retorno pela praia, depois de um belo peixe em Pontal do Peba, seguiram para Penedo onde atravessaram o Rio São Francisco de Balsa em direção a Aracaju – Sergipe, a capital dos Caranguejos. Quem vai a Aracaju não pode deixar de jantar na Passarela do Caranguejo, uma rua com diversos restaurantes, mas uma só especialidade: o caranguejo.

Na manhã seguinte a viagem continuou pelo início da Linha Verde, para entrar no litoral baiano e pela praia seguir os 32 quilômetros de areia e dunas até Mangue Seco.

Esta pequena cidade de beleza incomparável é um excelente local para descansar e aproveitar as características dos veículos 4×4, andando pelas dunas e areões. Uma boa opção é passear pelas dunas no final da tarde e apreciar o belo pôr-do-sol.

Nas festas de natal, todos reunidos em Salvador, com direito ao passeio turístico pelo Elevador Lacerda, mas com os 4×4 por perto. Saindo de Salvador, seguiram pelo Ferry-boat em direção à Ilha de Itaparica e depois pela BR101 até o acesso da BR030. No guia de estradas indicava que a estrada estava muito ruim e intransitável com chuvas. Como bons aventureiros, entraram para ver o que lhes esperava.

Apesar de não ter chovido em nenhum dia da viagem e a estrada estar bastante seca, o estado dela é realmente ruim. Foram quase quatro horas para percorrer os 64 quilômetros da estrada de terra, buracos e pedras. Mas a chegada compensa a aventura. Estavam na Península de Maraú e depois de um banho e algumas porções de camarões, os 4×4 já estavam acionados e se aventurando pela Trilhas das Bromélias. Mais alguns banhos nas Piscinas de Taipus de Fora desfrutando um belo catado de Aratu (tipo de caranguejo da região) , seguiram pela trilha e como bons jipeiros, ajudaram outro 4×4 que estava atolado no areão.

Na saída da península, percorreram o primeiro trecho da BR e seguiram por uma trilha para a balsa que atravessa o Rio das Conchas para Itacaré, de onde seguiram durante a noite para Prado. Neste trecho da BR101 é preciso ter cuidado com os buracos. Há placas indicando “Cuidado Lombadas” mas o que tem pela frente é o fim do asfalto e todos os tipos de buracos.

Com a base em Prado, os aventureiros seguiram para Cumuruxatiba e por uma trilha bem fechada para Barra do Cahy, uma praia deserta com águas rasas, claras e falésias ao norte. Para continuar desfrutando da tranquilidade do local e como não havia nenhuma infra-estrutura, tiveram que encontrar um lugar para esquentar a comida do neném Nicolas e logo Fábio improvisou colocando-a para esquentar no coletor do Troller. O Nicolas adorou tanto que a partir daí teve comidinha aquecida em fogueira e até no óleo de dendê junto com acarajés…. O importante é estar alimentado e ter energia para desfrutar de praias tão belas.

No dia seguinte a aventura seguiu para Caraívas, por mais de 40 quilômetros por trilhas entre eucaliptos, plantações de maracujá, mamão e pequenas fazendas.

Depois das festas de ano novo em Prado, seguimos os 1400 quilômetros de volta a São Paulo, passando por Governador Valadares e Belo Horizonte. Em função das chuvas a estrada estava bastante perigosa e no norte de Minas, durante a noite, ficaram algumas horas parados devido a dois acidentes entre carros e caminhões

Quem viajar por esta região precisa ter cuidado redobrado nas chuvas e com as pedras no pára-brisa, pois os dois carros trouxeram marcas de lembrança.

No total foram quase 11 mil quilômetros no Vitara e 8 mil no Troller e ficou aquele gostinho de quero mais, pois viajar por lugares tão belos e ainda inexplorados, na companhia de grandes amigos é uma aventura inesquecível.

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