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S-10 Endiabrada
A transformação de uma tranquila picape Chevrolet S-10 em um verdadeiro jipe preparado para trilha
O criciumense radicado em Florianópolis, Vicente Orige Silva nasceu escutando o “ronco” dos motores e vendo os carros preparados por seu pai Paulo Cezar Maciel da Silva, um entusiasta do esporte a motor.
Desde muito cedo aprendeu não só a gostar como a pilotar, iniciando em um Jeep Willys nas areias de Urussanga/SC. Como navegador do pai, tinha a função de auxiliá-lo no desengate da reduzida do Willys nas provas de “arrancadão” na praia.
Passando pelo bicicross aos seis anos – única categoria sem motor – aos oito anos já estava competindo de motocross e aos 12 de kart 125 CC, obtendo inclusive vários títulos como o de campeão citadino de Florianópolis em 1990; vice-campeão estadual em 1992 e quarto colocado no brasileiro do mesmo ano. Ainda em competições, foi várias vezes campeão de quilômetro de arrancada no asfalto obtendo os títulos de bicampeão catarinense, dez vezes campeão paranaense, dez vezes campeão do Festival Brasileiro de Arrancada e bicampeão brasileiro.
Mas a paixão pelo off-road nunca ficou de lado. Sempre envolvidos com os jipes, pai e filho resolveram “fazer” uma S-10 para o off-road, mexendo justamente naquilo que seria o necessário para ter um carro forte, ágil, alto e valente, pois as trilhas que preferem fazer são as mais radicais possíveis!
Mesmo no comando das empresas concessionárias de veículos da família, das linhas Chevrolet e Peugeot, Vicente encontrou tempo para iniciar as alterações em uma rara S -10 1998 originalmente de cabine simples, 4×4 e motor V6 a gasolina.
Alguns pontos foram definidos como os mais importantes a serem alterados como: um motor mais leve; um chassi menor; suspensão capaz de suportar as exigências do fora-de-estrada extremo a que seria submetida; diminuir o peso bruto e finalmente a capacidade de rodar com pneus grandes.
O processo iniciou com o encurtamento do chassi em 46 centímetros, aproximando os eixos a ponto de facilitar as manobras nas trilhas e a evitar o enrosco nas passagens mais difíceis.
A diminuição do peso foi obtida através da troca do motor seis cilindros por um de quatro cilindros, também Chevrolet (do Vectra), mas com muitas alterações mecânicas capazes de fazê-lo gerar 200 cv. Além de coletores novos, de admissão e de escapamento, este em 4x2x1, foi substituída a injeção eletrônica original por uma programável da marca Fuel Tech Race Pro 1 – F1.
O capô do motor, as portas e a caçamba foram substituídas por peças em fibra e, para melhor equilibrar o peso, o guincho foi instalado na traseira assim como uma caixa de ferramentas com todo material necessário para a trilha. Também foram instaladas duas baterias, uma para o motor e acessórios e outra exclusiva para o guincho, guarnecida na traseira da S – 10.
A suspensão mereceu toda atenção. No lugar da original – independente na dianteira e com eixo rígido e feixe de molas na traseira – entraram eixos Dana 44, com bloqueio 100% na traseira e 50% na dianteira. Molas helicoidais nas quatro rodas (feitas sob encomenda), braços tipo ladder bar (do Troller) e amortecedores de competição com reservatório de nitrogênio compõem a nova suspensão.
Foi possível utilizar pneus de 35” sem qualquer problema e todo o conjunto ficou muito bem equilibrado, possibilitando que a S-10 rode nessas condições até 110 km/h com segurança.
Com todas as alterações, obteve-se um peso aproximado para a S-10 de 1.500 kg, sendo muito bem distribuídos com 55% na dianteira e 45% na traseira, números obtidos através da pesagem em balança quádrupla.
Andamos com a S-10 na trilha da Lagoa da Conceição em Florianópolis/SC, conhecida por ser pesada, fechada e muito úmida. Nada parecia intransponível para o carro. Mesmo as valetas enormes, facões e subidas íngremes foram superadas com muita facilidade.
Além das trilhas radicais que hoje são enfrentadas por esta “endiabrada” S-10, Vicente Orige, com sua esposa Graziela como navegadora, é o atual líder da categoria N2 light do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade, correndo com um Celta.
Ficha Técnica
Motor
Chevrolet 4 cilindros, 16 válvulas com cabeçote preparado e novo comando de válvulas. Injeção eletrônica programável Race Pro1 – F1 Fuel Tech.
Cilindrada: 2.500 (aprox.)
Potência: 200 cv (aprox.)
Transmissão
Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma à ré.
Tração 4×2 (traseira), 4×4 e 4×4 reduzida com acionamento por botão no painel.
Roda-livre manual AVM.
Bloqueio de diferencial traseiro (100%) e dianteiro (50%).
Pneus e Rodas
Pneus Dynatork 35”.
Rodas aro 15” em liga-leve.
Suspensão
Dianteira: eixo rígido Dana 44 (Troller) com molas helicoidais, ladder bar (Troller) e amortecedores Off-Shox
Traseira: eixo rígido Dana 44 (Troller) com molas helicoidais, ladder bar (Troller) e amortecedores Off-Shox
Freios
Dianteiro: a disco
Traseiro: a disco
Direção
Hidráulica
Dimensões
Comprimento: 4.019 mm
Largura: 2.010 mm
Entre-eixos: 2.290 mm
por: Renato Hadlich
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