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Engesa
Fevereiro 24, 2007

Engesa 4: Um jipe de verdade, que deixou saudade

Um projeto militar que ganhou versão civil e caiu imediatamente nas graças dos jipeiros. Esta história, tão conhecida no nosso meio, também se aplica ao Engesa 4, nosso Fora-de-Linha desta edição

Fabricado pela Engenheiros Especializados S.A., o Engesa 4, este jipão de linhas quadradas e aspecto parrudo, ganhou as ruas na segunda metade da década de 80, sendo fabricado até 1992 – pouco tempo de vida, mas o suficiente para arregimentar uma verdadeira legião de fãs, que mantêm seus “brutos” na ativa até hoje.

A primeira coisa que se nota quando se observa os Engesas que atualmente rodam pelo País afora é que dificilmente se encontra um destes jipes – seja do modelo Fase 1 ou do Fase 2 – que mantenha todas as características originais. Por este motivo, ao nos propormos a avaliar o Engesa 4 sob a ótica desta seção – ou seja, passar impressões sobre determinado veículo fora de linha aos leitores que eventualmente tenham o desejo de adquirir tal modelo -, optamos por ser realistas e buscar “espécimes” que se aproximem da média encontrada no mercado. Seguindo este raciocínio, vocês não encontrarão nas páginas a seguir um jipe todo original, do tipo item de colecionador, mas jipes (sim; testamos dois jipes!) dotados de algumas modificações típicas dos Engesas atuais, porém sem perder as características que marcam este que é um dos mais robustos e confiáveis 4×4 já fabricados no Brasil.

Engesa

O primeiro dos jipes avaliados foi um Fase 1, cujo motor GM de 4 cilindros, a álcool, original, foi substituído por outro, também GM, de 6 cilindros, a gasolina. Trata-se de um veículo preparado para competições off-road e dotado de outras modificações, entre as quais se destacam a instalação de bloqueio de diferencial, de pneus do tipo cross nas rodas de aro 16” e de bancos concha com cintos de 4 pontos de fixação. O segundo jipe possui características mais próximas das originais, porém é um “espécime” relativamente raro: um modelo intermediário, que reúne características físicas tanto do Fase 1 quanto do Fase 2 (modelos que se diferenciam, no aspecto visual, principalmente pelo acréscimo, no segundo modelo, de 10 cm na distância entre eixos e mais 10 cm na parte traseira da carroceria). Empurrando o “bichão”, um motor Perkins a diesel, que saiu em alguns modelos de 1988 / 1989. Quanto às modificações, destaca-se neste segundo jipe apenas a capota em fibra de vidro e as rodas de aro 15”, com pneus mais esportivos que os originais. O câmbio original, de 5 marchas à frente e uma à ré, equipa os dois veículos avaliados.

 

Loja Planeta Off-Road

 

O Engesa 4 mostra as suas características logo que se senta ao volante. Trata-se de um verdadeiro jipe, que segue à risca a cartilha dos jipes tradicionais: pouco conforto, acabamento espartano, porém excelente performance fora-de-estrada. Colocando-se os cerca de 1.500 kg em movimento, não se tem a sensação agradável que se tem a bordo de um utilitário esportivo: o nível de vibração e de ruído de ambos os modelos é intenso e a posição de dirigir não é das mais confortáveis, principalmente se o condutor tiver mais que 1,80 m de altura (sofri um bocado com meus 1,95 m!). Estas características fazem do Engesa 4 – de maneira especial, os semelhantes aos veículos avaliados – um carro bem desconfortável para o uso urbano e para longas viagens. Tais características, aliadas ao alto consumo – principalmente do modelo movido a gasolina, que não chega a rodar 4 quilômetros com um litro de combustível – tornam o Engesa 4, atualmente, um veículo impróprio ao uso cotidiano.

Engesa

Na trilha, porém, a sensação de invencibilidade é indescritível. Nenhum obstáculo parece ser capaz de parar o Engesa, ou até mesmo de perturbá-lo. A tão criticada caixa de transferência de engate manual, sem redução, com sua 1ª marcha cuja relação é de 6,33:1, é mais que suficiente para retirar o “bichão” de qualquer enrosco. As suspensões dianteira e traseira, ambas com barras oscilantes longitudinais e transversais, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos de dupla ação, copiam bem qualquer tipo de terreno. Nos dois veículos testados, levando-se em conta as suas diferenças de altura e peso, a sensação de estabilidade e segurança dentro do jipe, mesmo nos pontos mais críticos da trilha percorrida, é um ponto muito positivo a ser considerado. Justiça seja feita, facilita bastante a lida com o jipão a direção hidráulica de Opala instalada nos dois modelos avaliados, inexistente nas versões originais, mas atualmente presente em grande parte dos Engesas ainda em atividade.

Por fim, um ponto que deve ser ressaltado em relação ao Engesa 4 é que, em função, principalmente, do seu peso e das suas dimensões avantajadas, ele não é o jipe mais apropriado a quem vai iniciar a prática do off-road. Algumas “milhas” de trilha e algum traquejo são recomendados para o manuseio deste 4×4 em situações extremas e podem evitar momentos desagradáveis e, até mesmo, acidentes.

Engesa

por: Humberto Mainenti
fotos: Adriano Rocha

 

 

 

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