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Ford Explorer
agosto 30, 2007

Ford Explorer: redescobrimento de um mito

Diante da recente onda de utilização do Ford Explorer nas trilhas brasileiras, fomos andar no conhecido SUV americano para saber o que ele tem a apresentar

O design quadradão e cheio de cromados não deixa dúvidas: trata-se de um típico utilitário esportivo americano do final dos anos 80, começo dos 90. Para ser mais preciso, 1994 foi o ano em que foi fabricado este Ford Explorer que vocês vêem nas fotos, exemplar escolhido para o teste de Fora de Linha desta edição. Afinal, por que será que este carrão – no sentido literal da palavra -, praticamente ignorado, durante muitos anos, no mercado brasileiro de veículos 4×4, vem agora caindo nas graças dos jipeiros de todo o país? Resolvemos andar em um para tirarmos as nossas próprias conclusões.

O Ford Explorer XLT é um carro – digamos – “família”, bem ao gosto do consumidor dos Estados Unidos. Não é à toa que se tornou um dos mais bem-sucedidos SUVs de todos os tempos naquele mercado. O carro é espaçoso, luxuoso e repleto de itens de conforto, como direção hidráulica, ar condicionado, teto solar, piloto automático com controles no volante, vidros e retrovisores elétricos, entre outros. O motorzão é possante e silencioso, e a suspensão macia. Enfim, realmente um carro dos sonhos.

Ford Explorer

Por que, então, este modelo nunca “decolou” no mercado brasileiro? E mais: por que só agora, depois de relativamente velhinho, o modelo vem atraindo a atenção dos off-roaders brasileiros?

Tentaremos responder a estas perguntas, uma de cada vez. Quanto à primeira, talvez a principal razão do pouco sucesso deste Ford no Brasil seja o seu motor “beberrão”. Em um país que tem uma das gasolinas mais caras do planeta, não é todo mundo que dá conta de sustentar um carro que anda entre 4 e 5 km com um litro de combustível. O câmbio automático – item que ainda hoje enfrenta preconceito no mercado brasileiro – certamente também cooperou bastante para o fracasso de vendas do modelo em nosso mercado.

Bem; considerando que os dois fatores apontados acima não se modificaram com o tempo, como se explica o crescente interesse dos jipeiros brasileiros por este SUV “beberrão”? Simples: o carro perdeu valor comercial e ficou barato. Atente para a seguinte comparação: hoje em dia não é difícil encontrarmos Jeeps Willys ou Ford, bem conservados e sem muitos equipamentos, sendo vendidos por valores em torno dos 14 mil reais. Por outro lado, com pouco mais que 17 mil reais você pode comprar um Explorer como este das fotos, e terá em suas mãos um carro muito mais confortável, cheio de tecnologia e – o que é melhor – um legítimo 4×4.

Ford Explorer

Loja Planeta Off-Road

 

Convencido quanto ao preço? Então vamos à performance do carrão. No asfalto, o Explorer é um carro de passeio super confortável. Seus diversos itens de série, já descritos, tornam a estada em seu interior uma experiência muito agradável. O seu tamanho avantajado talvez incomode os que buscam agilidade no trânsito urbano, mas, na estrada, a sensação é de se estar em um sedan de luxo. Os 160 cv do motor, aliados ao bom escalonamento do câmbio automático, conseguem empurrar os 1.900 kg do carro com segurança.

Na trilha, apesar de suas características de SUV (entre-eixos longo, grande peso, ângulos – principalmente de saída – desfavoráveis etc.), o Ford Explorer não decepciona. A tração nas quatro rodas pode ser acionada com o carro em movimento, a até 100 km/h, e o seu engate é preciso e sem trancos. O motor possante quase elimina a necessidade de se utilizar a redução em trilhas leves e médias, mas, quando necessário, o mecanismo – também engatado por meio eletrônico, através de um botão – responde de maneira satisfatória, e a impressão que se tem é a de que não será devido ao powertrain que o Explorer, algum dia, lhe deixará na mão em uma trilha. O câmbio automático, tradicional alvo da desconfiança dos brasileiros, mostra-se confiável e apropriado ao uso fora-de-estrada, coisa que os praticantes do rock crawling já sabem há muito tempo, e que os trilheiros vêm, aos poucos, descobrindo.

A suspensão deste Ford, no entanto, não é ideal para o off-road radical (afinal, trata-se de um utilitário esportivo, lembra?!). Modificações no conjunto são necessárias para que se obtenha melhores ângulos de ataque e de saída, maior curso, e para que se possa utilizar pneus maiores que os originais. O carro que testamos está equipado com pneus de 31 polegadas, montados nas rodas originais e com o conjunto de suspensão também original. Daí já decorrem os primeiros problemas: pneus grandes raspam em algumas peças do acabamento externo do carro (que tiveram que ser retiradas) e, quando a direção é totalmente esterçada, raspam também na parte interna da caixa de rodas. Aliás, os pneus grandes geram problemas até no estepe: com a nova medida, o pneu reserva não coube em seu ponto de fixação, localizado por baixo do carro, na parte de trás, e teve que ser colocado no porta-malas. Tais modificações podem ser feitas aos poucos, mas são imprescindíveis para quem tenha a intenção de utilizar o Explorer como um verdadeiro jipe.

Ford Explorer

O consumo continua sendo um ponto negativo neste fora de linha. Segundo Héder Inácio Menezes (25), proprietário do veículo testado, a proporção não passa dos 5 km/l na cidade e 7,8 km/l na estrada. “Uma opção para quem quer economizar é a instalação de um kit de gás natural veicular”, sugere Menezes, que afirma que abastecer um Explorer com GNV representa um custo semelhante ao de abastecer um carro de passeio 1.6 a gasolina. Ele próprio cogita fazer a conversão em seu carro.

Uma vantagem do Ford Explorer sobre outros veículos do seu segmento – ressaltada pelo próprio Menezes – é o fato de toda a mecânica do carro ser bem semelhante à da Ranger STX, picape da mesma marca, amplamente comercializada no Brasil, e cujas peças podem ser encontradas com facilidade no mercado.

Bom; está dada a dica. Declaramos aberta a caça aos Explorers!

Ficha Técnica

Motor
Ford 4.0 V6 OHV
Cilindradas: 4.025 cm3
Potência: 160 cv
Torque: 31,1 kgf-m

Transmissão
Câmbio automático A4LD com 4 marchas (4ª overdrive).
Tração traseira com 4×4 e redução engatável eletronicamente através de botões no painel e roda-livre automática.
Caixa de transferência Borg Warner com relação 2,48:1 (reduzida)

Suspensão
Dianteira: Twin-I-Beam com eixo Dana 35 e molas helicoidais.
Traseira: Eixo rígido (Ford 8.8) com feixe de molas semi-elípticas.

Dimensões
Largura: 1,778 m
Altura: 1,709 m
Comprimento: 4,673 m
Entre-eixos: 2,842 m

Capacidades
Ângulo de entrada: 32,6º
Ângulo de saída: 22,3º
Raio de giro: 11,3 m
Tanque de combustível: 71,9 litros

 

por: Humberto Mainenti
fotos: Adriano Rocha

 

 

 

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