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Suzuki Vitara
Um jipe versátil que tem razões de sobra para explicar o seu sucesso mesmo depois de dez anos fora de linha e com sua montadora afastada do país
Dizem que há males que vêm para o bem. O Vitara pode ser um exemplo que confirma o ditado. Pelo que contam os boatos, a Suzuki lançou o modelo por causa de seu irmão mais velho, o Samurai. A história começou quando a revista americana Consumer Reports divulgou informações dizendo que o Samurai era um carro com grande facilidade de capotamento. Se o fato é verdade ou não, isso não vem ao caso agora. O que nos interessa é que a Suzuki perdeu mercado nos EUA e teve que lançar um novo modelo mais seguro. Eis que surge o Vitara.
No Brasil, o carro começou a desembarcar em 1991 e permaneceu no mercado até 1998 quando foi substituído pelo Grand Vitara que, por sua vez, ficou disponível até a saída da Suzuki do país, em 2003. Só que o fato da montadora japonesa não estar mais por aqui, não mudou muita coisa. E, se mudou, foi apenas o fato do Vitara ter sido aceito de vez como um jipe valente e disposto a enfrentar até mesmo as trilhas mais pesadas. A manutenção e a disponibilidade de peças são garantidas pelas várias oficinas e lojas que se especializaram na marca. Outro detalhe é que o carro da Suzuki não desvaloriza com o passar dos anos.
Claro que, para encarar algumas pedreiras, é preciso fazer algumas alterações no japonês. A instalação de protetores (caixa, peito de aço e tanque) é básica. Calços de carroceria e na suspensão também são comuns, principalmente para possibilitar o uso de pneus maiores aumentando o vão-livre. O ponto fraco do Vitara, para quem quer trilhas pesadas, é o diferencial dianteiro. A carcaça é feita em alumínio e quebra com certa facilidade. A solução neste caso é relativamente simples: trocar a carcaça pela que equipa o Samurai.
São alterações simples e só necessárias para quem realmente vai exigir do carro. No final, vale a pena, pois você terá um carro bom de trilha e muito confortável. E é neste ponto que o Vitara ganha créditos. Dentro da sua faixa de preço, que varia em torno dos R$ 20 mil, não existe outro com tantos itens de conforto (e com a mesma confiabilidade). Vidro, retrovisor e trava elétrica, espaço interno para passageiros, direção hidráulica, boa ergonomia e ar condicionado. Alguns modelos, como o carro testado, possuem bancos em couro.
Se analisarmos o custo benefício, é fácil ver porque o Vitara faz tanto sucesso até hoje. Com um valor relativamente baixo, você tem um jipe que enfrenta bem trilhas, anda com desenvoltura na estrada e se dá muito bem em ambiente urbano, principalmente por seu tamanho reduzido. Outro ponto que agrada é a manutenção. Os preços não são abusivos – nem de peças e nem de mão-de-obra – e a baixa frequência que o Vitara ‘pede’ a visita ao mecânico já compensa.
Na trilha
O Vitara anda muito bem em trilha. Apesar de contar com algumas mordomias de um SUV, em virtude de seu tamanho, é possível comparar seu desempenho a jipes como o Samurai e o Willys. Tirando o conforto, a diferença fica mais evidente na lataria suscetível de esbarrões e do já citado diferencial de alumínio.
Para trilhas de média dificuldade, o Vitara é perfeito. O motor 1.6 de 81 cv é mais que suficiente neste ambiente. A redução, acionável por alavanca no assoalho, compensa qualquer falta de potência.
No asfalto
O Vitara tem dois problemas para quem gosta de pegar estrada. O primeiro é o pequeno porta-malas. O espaço interno para passageiros é bom, porém, para bagagem o espaço é mínimo. Para quem não viaja com o carro cheio, basta abaixar os bancos traseiros e o problema está resolvido. Outro ponto que exige cuidado é a estabilidade. O Vitara tem a tendência de sair em curvas e, com buracos e ‘costelas de vaca’, o carro chega a ficar com a traseira descontrolada.
Mesmo sendo a gasolina, o Vitara tem um bom nível de consumo. Em estradas, andando sem exigir demais do acelerador, chega a fazer 12 km/l. No uso urbano e em trilhas essa média cai para 6 ou 7 km/h.
O Vitara é um jipe versátil e parece ter sido projetado para isso. Os seus bons ângulos de ataque e saída são dotes que passam sua valentia em uso off-road. Seu interior e seu conforto fazem com que o uso no dia-a-dia e em viagens seja prazeroso. É um carro que dá para trabalhar de segunda a sexta, pegar estrada no sábado, fazer uma trilha no domingo e, na segunda, ele está pronto para levá-lo ao trabalho novamente.
Ficha Técnica
Motor
G16B, longitudinal, 4 cilindros em linha, SOHC, gasolina com injeção eletrônica monoponto.
Cilindrada: 1.590 cm3
Diâmetro e curso: 75,0 x 90,0 mm
Taxa de compressão: 8,9:1
Potência máxima: 81 cv a 5.400 rpm
Torque máximo: 13 Kgfm a 3.000 rpm
Transmissão
Câmbio manual de cinco marchas sincronizadas à frente e uma à ré.
Tração 4×2, 4×4 High e 4×4 Low (reduzida) com engate por alavanca no assoalho.
Relação da Transferência: Normal 1,000 / Reduzida 1,816
Relação do Diferencial 5,125
Suspensão
Dianteira: Independente, McPherson com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos.
Traseira: Eixo rígido, tensor longitudinal e triângulo superior, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos.
Direção
Hidráulica de rosca sem fim e esferas recirculantes
Freios
Dianteiro: a disco
Traseiro: tambor
Pneus
195 R15
Dimensões e Capacidades
Comprimento: 3.620 mm
Largura: 1.630 mm
Altura: 1.665 mm
Entre-eixos: 2.200 mm
Bitola dianteira: 1.395 mm
Bitola traseira: 1.400 mm
Vão-livre: 200 mm
Peso: 1.088 kg
Tanque: 42 litros
Desempenho
Diâmetro de giro: 9,8 m
Ângulo de entrada: 40º
Ângulo de saída: 41º
Ângulo central: 25º
Inclinação lateral: 49º
por: Adriano Rocha
fotos: Noemi Luz
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