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Rural
Maio 3, 2008

Arrumamalaê, a Rural vai arribá

A música “A Rural”, do cearense Neo Pi Neo, apesar da brincadeira, tem um fundo de verdade. A Rural foi projetada para fazer exatamente o que a música indica: colocar a família, as malas e encarar caminhos aos quais outros carros de luxo da época não conseguiriam chegar 

O cantor e comediante cearense brinca com a Rural, mas parece ter conhecimento de causa. Desde seu lançamento, a Rural tem o objetivo de atender a uma demanda por carros com conforto, espaço, robustez e desempenho fora-de-estrada. Por isso ela foi idealizada utilizando a mesma linha de mecânica do Jeep Willys – que dispensa apresentações – só que com uma carroceria maior, capaz de acomodar até oito pessoas ou uma capacidade razoável de carga (algo em torno de 2700 litros). Em resumo, a Rural era feita para levar a família para passear – de preferência aonde outros carros não iam – no final de semana e, de segunda à sexta, atendia perfeitamente o trabalho pesado do pai de família. 

Rural

Os anos se passaram e, assim como o Jeep, a Rural perdeu seu lado trabalhador, mas não se aposentou. Continua dando duro só que agora para diversão. Seu maior uso é por jipeiros que, por pura paixão ao estilo ou pela questão de espaço e conforto, preferem se aventurar com uma Rural. Por sua vez, a Rural não fica atrás. Dá a seu condutor a possibilidade de enfrentar qualquer trilha. Aliado a seus dons fora-de-estrada, a Rural aceita bem uma grande gama de modificações de motor, suspensão, pneus e tudo mais que aumenta seu desempenho no uso off-road. 

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Assim como o Jeep, a Rural também tem suas limitações no asfalto. Ela se sai um pouco melhor que seu irmão mais velho. Tem um conforto maior principalmente pelo fato de ser fechada, melhores bancos, direção e pedais mais macios e pelo tamanho. É ele o responsável pelo conforto ao rodar e pela melhor estabilidade. Nada que torne o carro um ‘canhão’, mas é um ganho considerável. 

Na trilha, o mesmo item que ajudou no asfalto acaba atrapalhando. O tamanho excessivo deixa a Rural mais pesada e por isso com uma ‘tocada’ mais difícil na trilha. Ela exige espaços maiores de manobra e também perde em ângulos de ataque, saída e principalmente central.  

Rural

Mesmo com muitos anos de uso – as mais novas têm pelo menos 30 anos – a Rural é comum em todo o Brasil. A razão por ela estar presente em trilhas até hoje envolve não só capacidades fora-de-estrada, mas a emoção de guiar um carro histórico e lendário, que ajudou a construir o país. 

A Rural modelo 

A Rural que ilustrou esta matéria é um sonho antigo de Leonardo Barbabela. O modelo, uma Willys 1963, é um exemplar raro hoje em dia. Seu proprietário tinha um sonho antigo de ter um Willys e após um bom tempo de buscas por um modelo que se encaixasse em seus planos, o carro foi encontrado. Quem conseguiu a façanha foi um amigo de Leonardo que achou a Rural no norte de Minas. 

Rural

Já nas mãos de Leonardo, a Rural 63 passou por uma reforma completa e bem cuidadosa. O primeiro passo foi cuidar da parte mecânica. O motor foi refeito e todos os componentes revisados. Com a mecânica ‘em dia’, toda a carroceria foi desmontada recebendo os cuidados de uma funilaria que chegou a substituir algumas partes enferrujadas. O passo seguinte foi refazer a parte elétrica e por fim, toda a capotaria deixando a Rural como nova mesmo com os 45 anos de idade. 

História 

A história da Rural começa com o fim da Segunda Guerra Mundial e com o nome de Jeep Station Wagon. Na época, a Willys Overland tentou lançar um carro convencional sobre a mecânica do Jeep, o chamado Victory Car. Só que o projeto nunca saiu do papel e a solução encontrada pelo projetista Brooks Stevens foi criar uma perua com o máximo de componentes comuns ao Jeep e carroceria fabricada inteiramente em aço (algo incomum na época já que as peruas eram feitas com estruturas de madeira adicionadas a sedãs). 

Em 1946 era lançada a perua da Willys, montada sobre um chassi de 104 polegadas de entre eixos e com linhas retas semelhantes ao Jeep. Simplicidade e robustez eram seus principais atrativos, com a capacidade para levar até sete passageiros ou mais de 2700 litros de carga. O motor era um quatro cilindros, 2,2 litros que gerava 63 cv de potência e torque de 14,5 Kgfm. O câmbio tinha três marchas e a tração era apenas traseira. A opção 4×4 apareceu em 1949 e logo depois, em 1950, uma nova grade frontal foi adotada. Em 1954, o motor Hurricane (seis cilindros e 115 cv) passou a equipar o carro. 

Rural

No Brasil, a Rural começou a ser montada em 1956 ainda com peças importadas, desenho americano, 4×4 e o motor seis cilindros 2,6 litros. Três anos mais tarde, com a adoção do motor nacional, veio também uma completa mudança no visual. A Rural ganhou um desenho exclusivo para o Brasil (onde a frente era inspirada no Palácio da Alvorada).  

Em 1967, a Willys foi adquirida pela Ford. A Rural e o Jeep continuaram a ser fabricados (o mesmo não aconteceu com o Aero-Willys e o Itamaraty). Dois anos depois a Ford dividiu o modelo em duas versões, Luxo e básica, e no ano seguinte adotou o motor 3,0 litros com carburador de corpo duplo. Apenas em 1972 foi renomeada para Ford Rural e, em 73 passou a usar o motor quatro cilindros de 2,3 litros, o mesmo do Maverick. Em 1977 sua produção foi encerrada. 

Rural

 

 

 

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