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Maio 4, 2008

Defender 90, a lenda inglesa

Testamos uma das legendas do off-road mundial que traz na bagagem estilo e robustez 

Quando comecei a minha vida de jipeiro, só tinha um carro que poderia fazer frente ao meu desejo de ter um Willys. Era o Land Rover Defender 90. Hoje (nem vou fazer as contas de quantos anos depois), aqui estou atrás do volante de um ‘Noventinha’ para traçar um perfil do modelo com mais aptidão off-road da Land Rover. 

Além de sentir-se em casa quando está com os pneus na terra, o Defender tem um charme especial, tem carisma e parece ter uma personalidade própria sustentada durante os seus 60 anos recém- completados. O Defender é um daqueles carros que despertam a paixão das pessoas e mesmo alguns problemas em seu currículo não são capazes de abalar essa situação. 

Defender 90

Apesar de seu lançamento no final da década de quarenta, alguns anos mais tarde que o Jeep e junto com a criação do Unimog, o Defender é hoje, sem sombra de dúvida, o 4×4 que mais manteve sua tradição de robustez e design. Mesmo o atual modelo 2008 que recebeu uma nova motorização com mais eletrônica embarcada e um interior digno de um SUV, mantém praticamente as mesmas linhas. Trocando em miúdos, um Defender é um Defender, seja ele um Série I de 1948 ou um 2.4 Tdi 2008. Esse também é o caso do Defender 90 ano 1997 que testamos. Para um racional, o Defender tem um desenho ultrapassado, com detalhes impensáveis para os dias atuais como a aerodinâmica e os rebites aparentes. Só que isso é um dos maiores fatores deste Land Rover ter conseguido uma legião de fãs e apaixonados que espalharam o carro pelo mundo inteiro. 

 

Loja Planeta Off-Road

 

Internamente, o jipe inglês também tem detalhes difíceis de aceitar racionalmente. A ergonomia, se é que ela existe, deixa muito a desejar. O volante fica muito perto da porta o que torna uma constante as batidas de cotovelo e também muito baixo – dificultando a entrada e saída do condutor. As alavancas de seta e do limpador do para-brisa são mal posicionadas (muito próximo ao aro do volante) e os pedais são desalinhados para a esquerda em relação ao banco. Isso, sem contar o que poderia ser considerado questão de costume: o freio de mão embaixo da perna direita do motorista e a chave de ignição do lado esquerdo. O maior problema, no entanto, é a entrada de água e poeira no habitáculo, uma situação crônica dos Defender.  

Por outro lado, seu interior reflete com perfeição sua proposta de robustez. É simples e você sente que está em um autêntico jipe, porém, é completo e funcional.

Possui bom espaço para adaptações de equipamentos extras como GPS, computadores de bordo, clinômetros etc. O grande compartimento entre os bancos também é bastante útil além de servir como apoio de braço. No painel, o básico: marcadores de combustível, temperatura, velocímetro, hodômetro total e parcial. No veículo testado, um conta-giros foi instalado. 

Defender 90

Mas é andando no Defender que você descobre o valor de um mito. O ronco do motor, a altura e a posição de dirigir remetem diretamente a sensação de você está com um carro poderoso nas mãos. E está mesmo. Acelerando, o motor 2.5 turbo intercooler de quatro cilindros vai despejando potência de forma constante e a 1.600 rpm já temos todo o torque disponível. A tração 4×4 integral – 65% na traseira e 35% na dianteira – também auxilia no controle do veículo. Em situações mais ‘delicadas’, ainda existem as possibilidades de acionar o bloqueio de diferencial central, que transmite a força por igual entre os dois eixos – e a boa reduzida que tem relação de 3,320:1.  

A suspensão firme dá ao Defender um conforto acima da média em se tratando de veículos essencialmente off-road. Aliado ao excelente chassi de perfil quadrado, a suspensão trabalha de forma a aceitar bem uma direção mais esportiva como também age com perfeição em trilhas que exigem um curso maior cumprindo seu papel de manter as rodas o maior tempo possível em contato com o solo. 

O fato, é que não dá para se avaliar um Defender apenas com o olhar da razão. Pequenos problemas se escondem atrás do mito criado pelo jipe inglês e sua história prova o valor que o carro ganhou com os anos, tanto na cabeça e corações de seus admiradores como também nas trilhas, expedições e provas em todo o mundo. 

Defender 90

Segunda opinião – André Pereira, Engenheiro mecânico, piloto de rock crawling e jipeiro 

Se onde há fumaça há fogo, então podemos afirmar que o Land Rover Defender é realmente tudo isso que se ouve falar daqueles jipes ingleses? Realmente sim; e neste caso, há muito tempo, e olha que nessa área, a experiência acumulada em todos os lugares do mundo me obriga a concordar que o Defender é o 4×4 mais adaptável que temos. Muito disso por conta da sua boa suspensão, robustez e confiabilidade; pontos como design, acabamento interno, ergonomia são discutíveis e muitas vezes deixados de lado, mas na hora de encarar as trilhas em qualquer terreno e lugar, eles ainda são insuperáveis. 

Infelizmente aqui no Brasil são vendidos como carro de luxo e com preços nas alturas, o que na maioria das vezes afugenta os possíveis adquirentes e certamente novos amantes. Mas que todo mundo que nunca fez trilha num Defender gostaria de fazê-lo, ah isso é verdade. 

Defender 90

História 

Land RoverPode parecer estranho, mas o início da história de um dos mais lendários jipes, o Defender, começa em uma fábrica de bicicletas. Foi lá que nasceu, 60 anos depois de sua fundação, o 4×4 inglês que se tornou um ícone, ao lado do Willys, quando o assunto é fora-de-estrada. 

Pode parecer estranho também, mas essa história esbarra na do Jeep. Isso porque os criadores do Land Rover – os irmãos Spencer e Maurice Wilks usaram um modelo da Willys para fazer o primeiro protótipo. Foi em 1948 que o primeiro Land Rover apareceu prometendo (e cumprindo) um veículo que aliava simplicidade, confiabilidade e robustez. O resultado foi um sucesso e em dez anos a produção já atingia a marca de 250 mil veículos produzidos. 

A partir de então, o modelo que inicialmente tinha 80 polegadas de entre-eixos, começou a ser oferecido em outras medidas. O nome Defender, no entanto, só passou a existir em 1988, com o lançamento do Discovery. 

Defender 90

Ficha Técnica 

Motor
Land Rover 300 Tdi, 2.5, 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo diesel intercooler.
Potência Máxima: 115 cv a 3800 rpm
Torque Máximo: 29,0 Kgfm a 1600 rpm
Taxa de Compressão: 19,5:1
Cilindradas: 2.495 cc 

 Transmissão
Manual com cinco marchas à frente e uma ré.
Tração 4×4 permanente com reduzida e bloqueio central acionável por alavanca no assoalho.
Relação de transferência: 3,320:1
Relação dos diferenciais: 3,540:1 

Suspensão
Dianteira: Eixo rígido, molas helicoidais de taragem simples, amortecedores hidráulicos e barra Panhard.
Traseira: Eixo rígido, molas helicoidais de taragem simples (taragem dupla – 2.550kg), amortecedores hidráulicos. Armação em “A”. 

Freios
Discos nas quatro rodas (dianteiros ventilados), servo-assistidos. 

Direção
Pinhão e cremalheira com assistência hidráulica. 

Dimensões e Capacidades
Diâmetro de Giro: 12,65 m
Altura livre do solo: 229 mm
Peso Bruto 2.550 kg
Capacidade do tanque: 54,6 litros 

 

 

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