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Worker 4×4
O Worker 4×4 é o bruto da Volkswagen usado no exército brasileiro
Depois de décadas apenas assistindo à sua concorrente Mercedes-Benz fabricar caminhões 4×4, a Volkswagen finalmente resolveu entrar na disputa com o caminhão Worker 15.210 4×4 lançado em 2007. Há duas versões, a civil e a militar.
O caminhão das fotos foi militarizado pela Guevel Veículos Especiais e recebeu a denominação VTNE 5QT, que significa que ele é um veículo de transporte não especializado capaz de transportar cinco toneladas em qualquer terreno.
O motor é um MWM 6.10 TCA, com cilindrada de 6.450 cm³, seis cilindros em linha, turbodiesel com aftercooler, potência de 206 cv a 2.600 rpm e torque de 67 kgfm a 1.700 rpm. Está protegido por uma enorme grade que evita a entrada de pedras e galhos, mas permite o escoamento de água e lama.
Na dianteira ele usa um eixo fabricado pela empresa norte-americana Marmon-Herrington e a caixa de transferência é da mesma marca, modelo MVG750. O eixo traseiro é Meritor RS 23-145 e o câmbio de seis marchas é o Eaton FS5406-A.
O vão livre no eixo deixa a desejar com apenas 33 centímetros, que é muito bom para um jipe mas não para um caminhão de sete metros de comprimento e peso de cinco toneladas. O chassi está em uma altura maior do que em um caminhão 4×2, mas os eixos estão na mesma altura.
A caixa de transferência na posição vertical fica exposta em uma posição muito abaixo das longarinas do chassi e merecia a mesma atenção que o motor recebeu. Uma grossa placa de metal para proteção seria muito bem-vinda.
Rodando na terra ele vence as dificuldades sem maiores problemas graças à força do motor, tração 4×4, bloqueio e reduzida, porém sua capacidade na terra está limitada principalmente pelo tipo de pneu usado e pelo vão livre. O pneu pode ser trocado, já aumentar o vão livre é mais difícil.
A cabine tem o conforto típico de um caminhão com eixo rígido na dianteira e suspensão de molas semi-elípticas: quase nenhum. O desenho dos bancos colabora muito para esta falta de conforto.
É incrível a falta de ergonomia, semelhante à de um caminhão fabricado há 30 ou 40 anos, pois a maioria dos controles está longe das mãos. O espaço da cabine poderia ser maior no sentido longitudinal, assim como a posição de dirigir e dos passageiros deveria ser melhor. A pouca altura dos assentos faz com que os passageiros sentem com os joelhos na altura do quadril, ou até acima, se a pessoa for mais alta que a média. Tais características negativas não são exclusividade deste caminhão ou mesmo da Volkswagen, mas nem por isso o fato deixa de ser menos importante, ainda mais quando se sabe que é comum que caminhoneiros dirijam por horas seguidas.
Entrar e sair dele também não é fácil por conta da altura da cabine e dos poucos apoios para segurar. Em uma guerra isso pode ser fatal.
Mas no off-road o caminhão tem suas virtudes, e não são poucas.
Um pouco mais de atenção no conforto para motorista e acompanhantes e um maior cuidado nas partes mais expostas a pancadas não iriam encarecer o caminhão de forma significativa e o tornariam melhor.
De qualquer forma o aumento da concorrência no off-road brasileiro é uma ótima notícia. Esperamos que outras marcas se apresentem, seja no segmento de caminhões, jipes ou picapes.
por: Eduardo M. P. Dantas
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