• (15)
  • (51)
  • (28)
  • (9)
  • (25)
  • (6)
  • (50)
  • (19)
  • (53)
  • (69)
  • (121)
  • (22)
  • (31)
  • (28)
  • (29)
  • (7)
  • (18)
  • (36)
  • (20)

Anuncie também

Anuncie gratiutamente na mais completa seção de classificados off road da web brasileira

Magia dos Andes
setembro 29, 2013

Magia dos Andes

Desde que se abriram as importações de veículos 4×4, no início da década de 90, descortinaram-se também novos cenários e possibilidades para aqueles que curtem a aventura e a natureza. Agora com maior velocidade, segurança, conforto e economia, os 4×4 deram asas aos off roaders, que puderam, assim, conhecer melhor seu País, e regiões de sonho como o Pantanal mato-grossense e a Amazônia, regiões isoladas como o Jalapão e outros diversos e grandiosos espaços naturais de nossa deslumbrante natureza. Viagens 4×4 e expedições foram, então, criadas e realizadas, enriquecendo a vida de seus participantes e o imaginário de todos. 

Passados quase vinte anos, essas expedições continuam crescendo e atingindo pontos cada vez mais distantes de nosso continente. A América do Sul é nosso planeta off-road, com impressionantes cenários semelhantes em diversos e distantes espaços, como os do Tibet, Índia, muitos do México e Estados Unidos e outros até como os da Europa. Tudo por aqui, dentro de nossas possibilidades. 

 

Loja Planeta Off-Road

 

E cá estamos nós na estrada novamente. Por Foz do Iguaçu e Assunción asfalto e mais asfalto. Nosso plano de encurtar caminho cruzando o Paraguai para chegar à Bolívia até o Pacífico não foi ruim. O que não contávamos era dar de cara com a velha e corrupta polícia caminera, o que nos valeu boas horas de atraso, desagradáveis conversas e propinas. No meu caso, o motivo foi um carimbo errado no passaporte, obtido na fronteira. Sorte termos nos deslumbrado com a visão de Foz do Iguaçu no dia anterior. Era apenas uma prévia das maravilhosas cenas que assistiríamos pela frente.

Já se pode atravessar o Paraguai pelo asfalto, até seu extremo norte, onde faz divisa com a Bolívia. Gastamos três dias desde São Paulo, dormindo em Foz do Iguaçu e em Assunción. Nossa meta agora era chegar a Villamontes, o que poderíamos fazer diretamente pela rodovia principal. Mas para variar um pouco – e não sermos novamente achacados – optamos em sair pela Picada 500, estrada de terra. De Filadélfia, cidade fundada e habitada exclusivamente por menonitas alemães, passamos por Mariscal Estigarríbia, sentido Pozo Hondo, a oeste, cerca de 200 quilômetros de pleno Chaco. 

Magia dos Andes

O percurso em nossos primeiros quilômetros de terra foi reto, plano e poeirento, sem grandes emoções. Milhares de borboletas desovadas à beira dos alagados em volta da estrada nos davam as boas-vindas. Uma chuvinha deu um tempero e sujou os carros. Assim, chegamos às cercanias da divisa, onde cruzamos o leito do que será a rodovia oficial de acesso à Villamontes, já em processo de pavimentação e que sai da cidade paraguaia de Neuland, próximo à Filadélfia. Em breve se poderá chegar à Bolívia, partindo de Assunción em um só dia, sem paradas forçadas e sem poeira. 

Uma rápida parada em um posto militar e seguimos viagem, saindo do Paraguai ainda por estradas de terra, com chuva mais forte em uma localidade de nome Ibibobo, apenas 50 quilômetros de nossa meta desse dia. Ibibobo nada mais é que um posto militar cercado de poucas casas e algum comércio. 

Mais à frente, novamente nos deparamos com obras de rodovia, dessa feita ligando a região da divisa até Villamontes, do lado boliviano. A Bolívia é hoje um enorme canteiro de obras. São estradas e mais estradas sendo pavimentadas a ritmo frenético. Trabalham empreiteiras de diversas partes do mundo, incluindo algumas brasileiras, que vencem terrenos difíceis e variadas condições geológicas e geográficas, típicas do País. O interesse no trânsito de brasileiros nos países vizinhos é grande e o asfalto que liga Assunción a Villamontes e que chega a Santa Cruz de La Sierra e a Argentina faz parte do projeto de interligação dos países do MERCOSUL e da realização da Interoceânica, rede de rodovias que ligará a costa do Atlântico a do Pacífico e vice-versa. O longo trecho da ligação que sai do Acre com sentido à Cuzco já está praticamente pronto, podendo ser feito por asfalto.

Magia dos Andes

De Cuzco se chega ao Pacífico da mesma forma. A opção pelo Paraguai é bem mais curta e boa para o transporte e acesso direto às cidades mais importantes da Bolívia. Mas as autoridades paraguaias precisam tomar providências com relação aos abusos corriqueiros que ocorrem com turistas e viajantes, principalmente brasileiros, alvos da polícia nas estradas. O complemento do percurso viabilizará um corredor turístico e comercial de grande importância, também para o Paraguai. 

Em Villamontes uma parada para descanso com direito a piscina. A cidade vive de bases petrolíferas da Petrobrás, é pequena e simples, às margens do Rio Pilcomayo, que se junta ao Rio Paraguai nas proximidades de Assunção. De nosso hotel já podíamos avistar perfis no horizonte, que denunciavam a presença de montanhas, as primeiras de nossa viagem. A expectativa crescia, pois estávamos avistando o início dos Andes e era exatamente nele que queríamos chegar. 

 

 

 

Comentários